terça-feira, 21 de agosto de 2018

PROJETO A FOTOGRAFIA E A MATERIALIZAÇÃO DA MEMÓRIA ESCOLAR

PROJETO A FOTOGRAFIA E A MATERIALIZAÇÃO DA MEMÓRIA ESCOLAR
1 INTRODUÇÃO

A fotografia, além de ser o registro dos locais, fatos e pessoas que nos é importante, nos leva a lugares que ainda não visitamos, pode também ser considerada como uma fonte importante de dados, fatos e informações que se soubermos explorar corretamente a transforma em um poderoso recurso didático (TURAZZI, 2005).
A fotografia, invenção burguesa do século XIX, segundo Sontag (1996) possibilitou no campo da educação a ampliação no cotidiano da sala de aula, o processo de comunicação proveniente da utilização da imagem fotográfica como material de apoio didático, podendo viabilizar uma prática educacional mais direcionada à formação de cidadãos críticos, desde que, forneça suporte para que a aprendizagem seja realmente efetivada, procurando um lugar onde seja possível a comunicação do indivíduo com seus pares, possibilitando troca de conhecimentos, informações e novas descobertas.
Para Martins (2008) na sociedade da informação, vivemos um consumo excessivo de imagens, onde o fundamental é saber interpretá-las, ou ressignificá-la de modo que, o indivíduo seja capaz de desvendar seus vários sentidos. Assim, diante da necessidade de uma quebra de paradigma educativo, o uso da fotografia através do projeto “A fotografia e a materialização da memória escolar” contribuiu para o rompimento de uma aprendizagem fragmentada, em que a fotografia tem se mostrado uma importante ferramenta no trabalho interdisciplinar resultando no olhar que analisa a cultura escolar possibilitando a materialização de uma memória a ser preservada como fonte de informação para a pesquisa histórica.
Para Mignot (2003) a fotografia conta histórias, revela o ambiente, fala sobre as pessoas e contribui para fixar a lembrança, evitar o esquecimento, garantindo um lugar na posteridade. A fotografia emoldura o tempo e organiza experiências passadas acusando a passagem vertiginosa da vida.
O que se percebe é que ao longo do século XX, a fotografia enquanto documento visual adquire um espaço no trabalho do historiador passando a ser utilizada como fonte de pesquisa histórica relacionada à preocupação de se estudar as diversas dimensões da vida social.
 A fotografia, segundo Sontag (1986) passou a ser o registro por fiel que, por meios gestos captados a imagem deixa indícios de modos de fazer, de viver e de pensar dos homens com suas gravuras, mapas, gráficos, pinturas, lembranças, utensílios, ferramentas, festas, cerimônias, rituais, intervenções na paisagem, edificações etc. As fontes iconográficas passaram a ter variados sentidos literário, poético e jornalístico, etc.
Assim, a fotografia se liberada de seu compromisso de registro, do vínculo com a realidade histórica hegemônica localizada no tempo passado, nesse momento ela é capaz de permitir narrar novas histórias, construir outras identidades, revelar outros passados, fundar uma memória. (PEIXOTO, 1998).
O uso da fotografia no projeto “A fotografia e a materialização da memória escolar” não se pretendeu apoiar meramente a exposição de fotografias (imagens) no ambiente escolar, apenas com o objetivo de reforçar os textos do material oferecido aos alunos como comumente vemos nos livros didáticos. De acordo com Bittencourt (1997) ela é mais do que isso, torna-se um desafio para a aprendizagem, local de descobertas coletivas, num ambiente motivador e inovador em que a participação de cada um seja incentivadora para a construção de conhecimento coletivo, na medida em que está evidente a dificuldade de leitura contextualizada partindo da sua própria compreensão, dos seus próprios questionamentos, evocando com isso uma leitura crítica da realidade.
O papel do professor no ambiente de sala de aula passa a ser o de mediador e instigador para que o aluno construa seu conhecimento a partir da pesquisa, e essa habilidade depende de práticas pedagógicas inovadoras e dentre estas destacamos o uso da fotografia e, onde se pôde através do projeto “A fotografia e a materialização da memória escolar” analisar o passado e presente através dessa ferramenta que no contexto atual é inovadora.
Inovadora no sentido de que passa a ser utilizada como campo de investigação e não elemento ilustrativo, com objetivos claros, fornecendo a possibilidade de uma releitura do mundo real captado na fotografia.
A historiografia das instituições escolares e seus sujeitos escolares tendo com aporte teórico a Historia Cultural nos direcionam para relatos orais e memórias esquecidas e não conhecidas, ate então, pois segundo Nunes (2003, p.15) “as escolas são celeiros de memórias, espaços nos quais se tece parte da memória social”. Através da fotografia de professores, alunos e comunidade escolar podemos conhecer a história da sociedade que a gerou, uma vez que a educação não é um fenômeno neutro e esta diretamente ligada aos ocorridos da sociedade.
Nesse sentido o projeto “A fotografia e a materialização da memória escolar” possibilitou a minha pessoa enquanto coordenadora do projeto  criar novos caminhos e novas alternativas de mediar, aprender e avaliar através desse recurso didático prático e inovador na sala de aula da escola básica que durante muito tempo somente utilizou o quadro, o livro didático e a figura do professor como transmissor de informações.
O professor de História pode ensinar o aluno a adquirir as ferramentas de trabalho necessárias; o saber-fazer, o saber-fazer-bem, lançar os germes do histórico. Ele é o responsável por ensinar o aluno a captar e a valorizar a diversidade dos pontos de vista. Ao professor cabe ensinar o aluno a levantar problemas e a reintegrá-los num conjunto mais vasto de outros problemas em problemáticas. (SCHMIDT, 2004, p. 57)
Assim, é que o presente projeto teve por objetivo utilizar a fotografia como materialização da memória escolar. Dessa forma, as questões que permearam esse projeto de pesquisa foram pautadas nas seguintes proposições, a partir da utilização da fotografia: Quais lembranças do cotidiano escolar permeiam a memória e cultura escolar de alunos e professores? Como essa cultura escolar e memórias contribuem para a construção e reconstrução da história da educação da capital do Maranhão? Como alunos e professores percebem as mudanças educativas no espaço tempo no ambiente escolar através da fotografia?
Nosso projeto esta voltado para o eixo temático sugerido no edital: Educação museal: atividades de formação cultural e aprendizado que promovam a identificação, pesquisa, seleção, coleta, preservação, registro, exposição e divulgação de objetos, expressões culturais materiais e imateriais e de valorização do meio-ambiente e dos saberes da comunidade, bem como a utilização de tecnologias educacionais para a interpretação e difusão do patrimônio cultural.
Acreditamos que o desenvolvimento desta pesquisa no âmbito escolar é de suma importância pois podemos pensar a pesquisa no processo ensino aprendizagem como uma mediação de construção de conhecimento, tornando possível que o estudante compreenda que o saber ensinado é construído, oportunizando o problematizar relacionado ao conhecimento histórico escolar.
A implementação de um processo de inovação nem sempre é vista como mais importante no contexto escolar, visto que o ensino atual é visto como um processo linear e a consequência lógica de uma decisão prévia dado que se modifica frente à adoção de um projeto inovador. No entanto, essa prática vem demonstrando que apesar de ter fracassos e resistências começa a ser visto como uma ação interativa entre o artefato, o professor e o aluno, ou seja, um projeto inovador possui elementos mediadores que nele incidem significativamente.
No ambiente escolar mais especificamente na sala de aula de História existem dificuldades de ensinar e dificuldades de aprender porque existe uma tendência de se isolar os acontecimentos históricos como se cada um deles expressasse uma circunstância singular, um momento único que surge sem um antes e um depois, solto no espaço e no tempo e superar essa crença, é ensinar o aluno a observar, pensar, refletir historicamente compreendendo a disciplina como processo dinâmico.
Uma vez estabelecida essa premissa que está contida nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998), na Lei de Diretrizes e Bases (Lei 9394/96) e na Constituição de 1988 quando orientam para perspectivas inovadoras no ensino da História objetivando a construção da cidadania, entendemos que o objetivo de práticas pedagógicas inovadoras, no caso o uso da fotografia é ajudar aos estudantes conhecerem e respeitarem modos de vida diferentes em diversos tempos e espaços respeitando a diversidade.
Assim, a importância do projeto “A fotografia e a materialização da memória escolar” contribuiu para desenvolver o olhar critico do aluno, levantando questionamento a cultura escolar e ao mesmo tempo cria a necessidade de saber olhar atenciosamente o passado no presente transformando a pratica escolar, ou seja, inovando no interior da escola.

2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
ü  Registrar e preservar a cultura escolar através do uso da fotografia com o objetivo de inventariar memórias do cotidiano escolar que permeiam sujeitos escolares (alunos, professores e comunidade) inscrevendo tais registros materiais na história das relações sociais e educacionais, e em particular na cultura do contexto escolar pesquisado.
2.2 Objetivos específicos
ü  Analisar a contribuição do uso da fotografia como ferramenta pedagógica no processo ensino aprendizagem e de interação em sala de aula;
ü  Contribuir para a construção e reconstrução da cultura escolar e da memória da história da educação da capital do Maranhão
ü   Analisar as mudanças da cultura escolar no espaço tempo no ambiente escolar através da fotografia
ü  Destacar os benefícios da interação na construção do conhecimento crítico, individual e coletivo de aprendizagem com o uso da fotografia.
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3 METODOLOGIA
A abordagem teórica metodológica que será utilizada no presente projeto será pautada a partir do registro fotográfico, com base teórica na História Cultural, com o objetivo de apreender o contexto investigado e seus sujeitos envolvidos. Uma pesquisa de cunho qualitativo com o objetivo de analisar os registros fotográficos do contexto escolar.
4 RESULTADOS /CONCLUSÃO

A fotografia tem se mostrado uma importante ferramenta no trabalho interdisciplinar resultando no olhar que analisa a cultura escolar possibilitando a materialização de uma memória a ser preservada como fonte de informação para a pesquisa histórica, pois na sociedade da informação, vivemos um consumo excessivo de imagens, onde o fundamental é saber interpretá-las, ou ressignificá-la de modo que, o indivíduo seja capaz de desvendar seus vários sentidos. Assim, diante da necessidade de uma quebra de paradigma educativo, o uso da fotografia no projeto “A fotografia e a materialização da memória escolar contribuiu para o rompimento de uma aprendizagem fragmentada e instrucionista.
Assim, os alunos fizeram leituras sobre a posição do aluno frente o processo ensino aprendizagem, ao todo fizeram parte do projeto 39 alunos onde organizamos quatro grupos de pesquisa e produção fotográfica a partir de temáticas, como: espaço físico/artefatos, eventos escolares e gênero.
Exemplificando os artefatos que compõem o contexto escolar como a utilização dos dispositivos moveis celulares,  espaço físico; a reorganização e disposição das carteiras em sala de aula, a função da biblioteca enquanto espaço em  movimento, gênero; os professores e suas metodologias, as relações de gênero na escola, os eventos; como a eleição do grêmio escolar, os uniformes, carteiras, se liberadas de seu compromisso de registro, do vínculo com a realidade histórica hegemônica localizada no tempo passado, nesse momento o aluno(a) é capaz de permitir narrar novas histórias, construir outras identidades, revelar outros passados, fundar uma memória.
Durante o período de três (3) meses (janeiro, fevereiro e março de 2018) foi feita a revisão bibliográfica leitura e fichamento dos textos bases sobre fotografia, memória e a educação escolar maranhense e brasileira, no quarto e quinto  mês (abril e maio de 2018) foi feito o registro fotográfico do contexto escolar(alunos, professores e comunidade) e a leitura das fotografias com uma parte textual e no mês de junho de 2018 o resultado/culminância com exposição das fotografias dos alunos.
O uso da fotografia no projeto “a footgrafia e amaterialização da memoria escolar” não se pretendeu apoiar meramente a exposição de fotografias (imagens) no ambiente escolar, apenas com o objetivo de reforçar os textos do material oferecido aos alunos como comumente vemos nos livros didáticos. De acordo com Bittencourt (1997) ela é mais do que isso, torna-se um desafio para a aprendizagem, local de descobertas coletivas, num ambiente motivador e inovador em que a participação de cada um seja incentivadora para a construção de conhecimento coletivo, na medida em que está evidente a dificuldade de leitura contextualizada partindo da sua própria compreensão, dos seus próprios questionamentos, evocando com isso uma leitura crítica da realidade, enfatizando a contribuição do trabalho para o avanço da pesquisa sobre a história da educação maranhense e brasileira e para o desenvolvimento do Maranhão


REFERÊNCIAS

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