sábado, 27 de abril de 2019

FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES PARA A EDUCAÇÃO PATRIMONIAL AS POSSIBILIDADES FORA DA SALA DE AULA


FORMAÇÃO INICIAL DE PROFESSORES PARA A EDUCAÇÃO PATRIMONIAL
AS POSSIBILIDADES FORA DA SALA DE AULA

Ana Paula dos Santos Reinaldo Verde (Professora UFMA -Parfor )
Jossilene Louzeiro Alves (Professora UFMA -Parfor )
jossilenel@bol.com.br
Formação Inicial e Continuada de Professores


1 INTRODUÇÃO
Nos últimos anos do séc. XX e no início deste século a formação do professor (a), vem sendo amplamente discutida nas instituições escolares e acadêmicas, visto ser um fenômeno essencial para a qualidade do ensino.
A legislação atual aponta princípios norteadores e diretrizes para as políticas de formação de professores, sua organização em tempo e espaço distintos, que irão se confrontar a com a estruturação dos cursos, no entanto, o que não sabemos claramente é como atuam esses professores/formadores mediante a prática de formação dos alunos/professores.
A partir da disciplina Patrimônio e História, surgiu-se a necessidade de inserir os alunos buscar novos conhecimentos no museu de Arqueologia e Paleontologia, sobre a questão Indígena dentro de ensino de História.
Os museus têm por objetivo conservar, restaurar e expor objetos e espaços sociais que foram organizados dentro de uma determinada sociedade. No Brasil, os Museus Históricos e Artísticos se inspiraram no modelo europeu, consequentemente, suas ideias envolvem uma determinada reiteração de interpretações pré-estabelecidas e que arbitram um entendimento de legitimação do poder.
Por fim, cabe lembrar que o museu é espaço democrático e de construção de conhecimento. No entanto, o seu surgimento é atrelado, segundo Canclini (1997), ao patrimônio, sede cerimonial, o lugar onde é guardada uma história, onde se reproduz uma sociedade em que os grupos hegemônicos se organizaram, e vivenciaram uma determinada época, sobretudo passível de reinterpretações. Para o ensino de História nos dias atuais, é uma ferramenta importantíssima, que proporciona visibilidade ao saber histórico, e a possibilidade de valorização da diversidade cultural no contexto escolar, com um pluralismo que dialogue com as novas linguagens contemporâneas.
Assim, entendemos que essa experiência pedagógica se insere nas práticas docentes relacionadas à diversidade cultural e, nesse sentido, constitui um aspecto importante no processo de ensino-aprendizagem no âmbito da História. Segundo os PCNs o ensino de História na escola tem a possibilidade de trabalhar a questão da diversidade cultural e das novas linguagens. Uma pesquisa de campo dessa natureza concretiza essa possibilidade de forma que os alunos compreendam que o tema tratado está entrelaçado também com o contexto histórico. (BRASIL, 1999, p. 14).
Segundo o Estatuto do Comitê, Conselho Internacional de Museus (ICOM), artigo 6º, o museu é definido como “uma instituição permanente, sem finalidade lucrativa, a serviço da sociedade e de seu desenvolvimento, é uma instituição aberta ao público, que adquire, conserva, pesquisa, comunica e exibe evidências materiais do homem e de seu ambiente, para fins de pesquisa, educação e lazer.” (CONSELHO INTERNACIONAL DE MUSEUS, 1995, p. 31).
2-DESEVOLVIMENTO/METODOLOGIA
Problematizar as relações entre História e Patrimônio cultural, estimulando a reflexão acerca dos processos de constituição de “lugares de memórias”, de modo a criar condições para a elaboração de projetos vinculada à preservação do patrimônio cultural. Criar condições para que os futuros profissionais de História possam desenvolver, em instituições voltadas para a preservação do patrimônio cultural, ações envolvendo identificação, levantamento, estudo, organização e/ou a preservação difusão de bens materiais e/ou imateriais. O Museu de Arqueologia e Paleontologia, localizada no Centro Histórico de São Luís, no estado do Maranhão, tem como objetivo o estudo , a valorização e preservação do acervo patrimonial maranhense, especificamente os recursos e bens arqueológicos, paleontológicos e a cultura material e tradições dos povos indígenas no maranhão.
Para melhor resultado do referido projeto, planejamos uma aula de campo, e visitas as instituições de preservação de patrimônio cultural na cidade de São Luís, onde os alunos visitaram o museu de Arqueologia e Paleontologia, os alunos organizara algumas perguntas orientadas por nos como: Qual a relação entre a história das culturas indígenas e europeias no referido Museu? E qual a concepção sobre as culturas indígenas? Como estão dispostas as peças do referido museu? Como trabalhar o ensino de História e o museu de paleontologia e Arqueologia? Como poderia utilizar as referências estruturais e organização material para a construção do Museu itinerante de Grajaú e indígena?
Esses questionamentos serviram como pontapé inicial para tentarmos a responder durante a pesquisa do referido museu com todo o apoio do guia.  Nessa perspectiva, a relação entre museu, escola e História parte da concepção de que se faz necessário que a investigação, a restauração e a reconstrução da História e da cultura “guardada” no mesmo, não tenham por finalidade central, de acordo com Canclini (1997), almejar a autencidade ou restabelecê-la, mas reconstruir a verossimilhança histórica e estabelecer bases comuns para uma reelaboração, de acordo com as necessidades do presente.
Pimenta (1999), ao tratar da formação de professores para a constituição da prática pedagógica enfatiza que se faz necessário pensar a formação dos professores, a partir da reelaboração constante dos saberes que realizam em sua prática, confrontando suas experiências nos contextos escolares, como espaço de trabalho e formação constante que analisa a prática educativa como um triplo movimento sugerido por Schön (1992), a saber: da reflexão na ação, da reflexão sobre a ação e da reflexão sobre a reflexão na ação, à medida que o professor se compreende como profissional autônomo.
3-RESULTADOS
A História local pode, assim, ocupar lugar privilegiado em propostas curriculares que associem o cotidiano, a diversidade cultural e as novas linguagens no ensino de História, despertando nos alunos reflexões sobre a diversidade em perspectiva histórica. Essa perspectiva potencializa a contribuição docente na formação de cidadãos críticos de sua realidade social e política, como mediadores da construção de uma consciência histórica. Percebemos nas respostas dos aluno(a)s e na prática pedagógica aqui apresentada questões relevantes sobre os elementos que organizam a base da subjetividade e da experiência do aluno, forma de construir a identidade social na dimensão histórica a partir do conhecimento do papel do indivíduo como sujeito histórico, produtor do conhecimento e protagonista. Reconhece-se, assim, a importância do patrimônio cultural como aspecto fundamental para a análise e reflexão sobre a pluralidade cultural brasileira e maranhense, nas matrizes nacional, regional e local.
Dessa forma, mediar o senso crítico, o pensamento de observação e de pesquisa, a imaginação, a capacidade de relacionar e classificar, a leitura e a análise de textos e de imagens (novas linguagens) são procedimentos que contribuem para a aprendizagem extracurricular e, sobretudo, para a construção da consciência histórica.
Segundo o aluno indígena Guajajara Antonio Bento “através dessa visita tivemos o privilégio de perceber a importância da Arqueologia e da Paleontologia para entendermos esse processo de desenvolvimento da história dos povos indígenas e através dessa aprendizagem podemos repassar aos nossos alunos, um novo olhar sobre o ensino de História nos dias atuais e uma nova dinâmica de aprendizagem através das vias tecnológicas oferecidas”.
REFERÊNCIAS
BESSET, Maurice. Obras, espacios, miradas. El museo en la historia del arte contemporáneo, in A&V-Monografías de Arquitectura y Vivienda, Madrid, 1993
BITTENCOURT,Circe.. História representanda: o dilema dos museus. Rio de Janeiro : Museu Histórico Nacional,2003.
CANCLINI, N. G. Culturas Híbridas - estratégias para entrar e sair da modernidade. São Paulo: EDUSP, 1997
NETO, João Paulo Vieira, e PEREIRA, Eliete: povos indígenas no Brasil, Museus e Memórias: Questões emergentes. São Paulo, 2017.

Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997.

PIMENTA, Selma Garrido. Saberes pedagógicos e atividades docentes. São Paulo: Cortez Editora, 1999.




quinta-feira, 25 de abril de 2019

ENSINO DE HISTÓRIA E O ESTATUTO INDÍGENA: entre limites e possibilidades na sala de aula

ENSINO DE HISTÓRIA E O MUSEU DE ARQUEOLOGIA E PALEONTOLOGIA – A QUESTÃO INDÍGENA E
AS POSSIBILIDADES FORA DA SALA DE AULA
Ana Paula dos Santos Reinaldo Verde (Professora UFMA -Parfor )
Geci dos Santos(aluna Parfor-História)
Nara Almeida  dos Santos(aluna Parfor-História)
Joao Bento Ribeiro Filho (alunoParfor-História)
Diversidade étnico-racial de gênero e diversidade religiosa
 

1 INTRODUÇÃO

O Seminário Setenta anos da Declaração Universal dos Direitos Humanos (1948-2018) na Aldeia Arymy em Grajaú–MA reuniu alunos graduandos (jovens pesquisadores) do Curso de História da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) -  Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR) a partir da disciplina História da Educação e dos Direitos Humanos, que tem como eixo central a necessidade de conscientizar os aluno(a)s para a tríade na academia: ensino, pesquisa e extensão, ou seja, levar para a sala de aula da educação básica como futuros professores à conscientização dos Direitos Humanos direcionado aos povos indígenas que tem como subsidio a Lei 11.645/2008, que completa dez (10) anos e altera a Lei 9.394/1996, modificada pela Lei 10.639/2003, e estabelece a obrigatoriedade da temática “História e cultura afro-brasileira e indígena”.

Segundo os PCN são: Situar as diversas produções da cultura – as linguagens, as artes, a filosofia, a religião, as ciências, as tecnologias e outras manifestações sociais – nos contextos históricos de sua constituição e significação, de outros momentos históricos e posicionar-se diante de fatos presentes a partir da interpretação de suas relações com o passado. (BRASIL, 1999, p. 28).

Sendo assim, foi promovido uma intervenção na aldeia Arymy no município de Grajaú –MA para melhor conhecer a realidade de vida e cultura local. Na oportunidade, algumas lideranças contribuíram com diálogos durante a apresentação, tais como: a cacica Lucilene Lopes Guajajara e Ivan Lopes Guajajara liderança indígena, D.Custódia  da Pastoral da Terra e alunos graduandos do curso de História do Parfor/UFMA, além de representantes da SECUC () de Grajaú da educação indígena e da coordenadora do curso de Historia Parfor/UFMA Doutora Telma Bonifácio a coordenadora local do curso de História do Parfor/UFMA, Ma. Cristina Torres, o vereador local Arão Guajajara e a professora responsável pela disciplina Ma. Ana Paula Reinaldo Verde. Esse momento serviu como pontapé inicial para a comunidade local enfrentar desafios como o preconceito e a discriminação dentro e fora da aldeia e buscar legalmente melhorias na saúde, educação, condições de vida e igualdade social mediante os direitos conquistados ao longo dos anos.

Para tal intervenção nos alunos graduandos do curso de História do Parfor/UFMA, tomaram como objeto de investigação abordagens de temáticas presentes na Declaração Universal dos Direitos Humanos no bojo dos sujeitos vulneráveis: pessoas com necessidades especiais, mulheres, indígenas, crianças e adolescentes e idosos. Em especial aqui o Estatuto do Índio- Lei 6001/73.

2-DESEVOLVIMENTO

A partir da disciplina História da Educação e dos Direitos Humanos, surgiu a necessidade de conscientizar os povos indígenas sobre seus direitos que estão garantidos dentro do Estatuto do Índio e na convenção 169 da OIT.

Pimenta (1999), ao tratar da formação de professores para a constituição da prática pedagógica enfatiza que se faz necessário pensar a formação dos professores, a partir da reelaboração constante dos saberes que realizam em sua prática, confrontando suas experiências nos contextos escolares, como espaço de trabalho e formação constante que analisa a prática educativa como um triplo movimento sugerido por Schön (1992), a saber: da reflexão na ação, da reflexão sobre a ação e da reflexão sobre a reflexão na ação, à medida que o professor se compreende como profissional autônomo.

A OIT (Organização Internacional de Trabalho) veio assegurar ainda mais em termos de legislação internacional sobre os povos indígenas e tribais. O referido projeto foi apresentado na comunidade indígena Arymy com intuito de conscientizar os povos indígenas sobres seus direitos garantidos por lei. Com o objetivo de promover um diálogo de conscientização com os membros da comunidade, visando à melhoria de condições de vida, buscando o fortalecimento de seus direitos, liberdade de expressão e reconhecimento como cidadão social.

Para melhor resultado do referido projeto, utilizamos a metodologia pesquisa ação para promovermos a intervenção na comunidade indígena para melhor conhecer a realidade de vida e cultura local. A aldeia indígena Arymy, localizada na Terra Indígena Bacurizinho, município de Grajaú – Ma, tendo como liderança a cacica Lucilene Lopes Guajajara, possui um grupo de 50 famílias aproximadamente, embora todos não estivesse presentes no evento, no entanto, uma boa parte da comunidade nos prestigiou e obteve as informações repassadas. A referida aldeia mantém suas tradições e forma de organização política com a cacica, lideranças e liderados, onde todos lutam por uma educação de qualidade para todos, com acesso livre para melhor desenvolvimento da comunidade.

Os mesmos conversaram sobre a luta pela conquista desses direitos. Esse momento serviram como pontapé inicial para a comunidade local enfrentar desafios como o preconceito e a discriminação fora da aldeia e também para buscar melhorias na saúde, educação, melhores condições de vida e igualdade social mediante os direitos conquistados ao longo dos anos. Surge então a Lei nº 6001/73 que garantem aos indígenas o direito de praticar suas próprias culturas e integra – lós à comunhão nacional, reconhecendo seus direitos, bem como sua organização, suas crenças, educação e saúde. 

3- RESULTADOS

O projeto de intervenção, nos proporcionou a enfrentar obstáculos durante à acesso ao local da comunidade indígena da Aldeia Arymy, e com isso não nos desmotivou a realizar o projeto, mesmo com as dificuldades. Diante disso, conhecemos a cultura local, a realidade vivida e os desafios que essa comunidade enfrenta no dia-a-dia. Observamos também que os mesmos não tinham conhecimento das várias leis que os amparam legalmente, com nossa contribuição passaram a conhecer melhor a existência das mesmas e assim, ter amparo para ir atrás de seus direitos. Pudemos perceber que os indígenas presentes tinham o conhecimento de algumas leis, porém alguns dos mais jovens ainda não as conheciam, e se interessaram em aprender sobre essas leis que asseguram os direitos indígenas para que os mesmos vivam como qualquer outro cidadão comum.

Mencionamos ainda sobre a participação de lideranças indígenas em vários eventos importantes em busca de seus direitos e de melhorias de vida, principalmente na saúde e educação, que são fundamentais para uma boa sobrevivência. Podemos afirmar que obtivemos resultados que esperávamos, pois, ao interagir com a comunidade demonstraram interesse em conhecer ainda mais profundo essas leis e assim fortalecer a busca por seus direitos que muitas são negligenciadas. Foi um momento muito proveitoso, porque, apesar do cansaço, todos adquiriam conhecimento sobre o assunto, através da interação, vivência e de troca de conhecimentos.

A História local pode, assim, ocupar lugar privilegiado em propostas curriculares que associem o cotidiano e a diversidade cultural e as novas linguagens no ensino de História, despertando nos alunos reflexões sobre a diversidade em perspectiva histórica. Essa perspectiva potencializa a contribuição docente na formação de cidadãos críticos de sua realidade social e política, como mediadores da construção de uma consciência histórica.

REFERÊNCIAS

NETO, João Paulo Vieira, e PEREIRA, Eliete: povos indígenas no Brasil, Museus e Memórias: Questões emergentes. São Paulo, 2017.



Parâmetros curriculares nacionais: introdução aos parâmetros curriculares nacionais. Brasília: MEC/SEF, 1997.



PIMENTA, Selma Garrido. Saberes pedagógicos e atividades docentes. São Paulo: Cortez Editora, 1999.



ESTATUTO DO INDIO LEI Nº 6001/73;



ORGANIZAÇAO INTERNACIONAL DE TRABALHO (OIT) E A CONVENÇÃO 169 DE 1989;




quinta-feira, 22 de novembro de 2018

FAPEMA promove tarde de autógrafo na 12ª Feira do Livro de São Luís Nesta terça-feira (20), a autora Ana Paula Reinaldo Verde estará no estande da Fundação, autografando o livro “Projeto Quilombo – uma forma de resistência negra”

FAPEMA promove tarde de autógrafo na 12ª Feira do Livro de São Luís Nesta terça-feira (20), a autora Ana Paula Reinaldo Verde estará no estande da Fundação, autografando o livro “Projeto Quilombo – uma forma de resistência negra”

 A Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) participa até o dia 25 de novembro da 12ª Feira do Livro de São Luís (FeliS), realizada pela prefeitura de São Luís com o apoio do Governo do Estado e outros parceiros.  Quem visitar o estande da Fundação, no Multicenter Sebrae, onde o evento acontece, vai poder conhecer mais sobre os programas de fomento à pesquisa e ao desenvolvimento científico e tecnológico do Maranhão da Fapema, bem como participar de sorteio de livros, bate-papo literário, debates em torno das pesquisas desenvolvidas no Maranhão e tarde de autógrafo com escritores com publicações financiadas pela Fapema por meio de editais.  Nesta terça-feira (20), Dia da Consciência Negra, uma das atrações do estande será o lançamento do livro “Projeto Quilombo- Uma forma de resistência negra”, de autoria da pesquisadora Ana Paula Verde.
O estudo que resultou no livro analisa e descreve as práticas pedagógicas para a Educação das Relações Étnico-Raciais que possibilitam a formação de indivíduos críticos e reflexivos dentro de uma sociedade plurirracial e multicultural. A pesquisa foi voltada para o Projeto Quilombo, efetivado pelos professores e alunos do Centro de Ensino Liceu Maranhense.
No domingo, a noite de autógrafo foi com a professora, pesquisadora e escritora, Jossilene Louzeiro Alves, autora do livro “Estado Sanitário na Província do Maranhão e a Saúde Pública em Debate”.  O livro, de 180 páginas reflete sobre o estado sanitário da Província do Estado do Maranhão na segunda metade do século XIX, entre 1850 e 1860, período caracterizado como endêmico, em razão das diversas epidemias que grassaram o estado, principalmente a capital.
A abertura do evento foi feita pela diretora Científica da Fapema, Silvane Magali Vale Nascimento, que destacou a importância da iniciativa. “Esse é o momento em que lançamos, juntamente com os autores, os livros que têm o apoio da Fapema. Para a Fapema é muito importante levar ao conhecimento da sociedade os livros que são frutos de produções, de trabalhos de pesquisa desenvolvidas no estado. A obra que foi lançada esta noite, trata de questões importantes para o Maranhão, questões ligadas às políticas públicas”, destacou.
Graduada em História pela Universidade Federal do Maranhão – UFMA, com pós-graduação em Gestão Educacional, Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Faculdade Santa Fé, mestre em Ciências da Educação pela Universidade Lusófana de Humanidades e Tecnologia – ULHT – Lisboa Portugal, Jossilene Louzeiro Alves, que tem outras qualificações em seu currículo, explica que a motivação para o desenvolvimento do trabalho, que resultou no livro está ligada à atividade como profissional da área de saúde, que lida frequentemente com epidemias em hospitais públicos.
Durante a apresentação do livro, Jossilene Louzeiro agradeceu o apoio recebido pela FAPEMA para publicação do livro. “O apoio financeiro foi fundamental para que pudesse lançar o livro e colocar à disposição da sociedade os resultados do trabalho”, disse.
MAIS SOBRE A FeliS
O maior evento cultural e de fomento à leitura do Maranhão é uma realização da Prefeitura de São Luís, por meio das secretarias de Cultura (Secult) e Educação (Semed), correalização do Serviço Social do Comércio (Sesc) e Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas do Maranhão (Sebrae) e conta com patrocínio da Vale e Companhia Maranhense de Gás (Gasmar). Este ano, a Feira tem como Patrono Graça Aranha, escritor maranhense que completaria 150 anos em 2018, considerado um dos articuladores do movimento que renovou a literatura e a cultura brasileira: A Semana de Arte Moderna. O evento homenageia ainda os matemáticos Joaquim Gomes de Souza e João Antônio Coqueiro, ambos maranhenses.
A programação é toda gratuita e conta com mais de 500 atividades, dentre elas escritores nacionais e locais convidados, lançamentos de livros, palestras, rodas de conversa, mesa redonda e conferências, seminários, plenárias, sessões de cinema, bate-papo literário, workshop, oficinas e minicursos, intervenções artísticas, espetáculos teatrais, performances poéticas, contações de histórias, apresentações culturais, exposições, pocket shows e visita de escritores a escolas da rede pública

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

SETENTA ANOS DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS (1948-2018) NA ALDEIA ARYMY GRAJAÚ –MA reúne artigos de alunos graduandos (jovens pesquisadores) do Curso de História da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) -  Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR) a partir da disciplina História da Educação e dos Direitos Humanos, que tem como eixo central a necessidade de conscientizar os aluno(a)s para a tríade na academia: ensino, pesquisa e extensão, ou seja, levar para a sala de aula da educação básica como futuros professores à conscientização dos Direitos Humanos direcionado aos povos indígenas que tem como subsidio a Lei 11.645/2008, que completa dez (10) anos e altera a Lei 9.394/1996, modificada pela Lei 10.639/2003, e estabelece a obrigatoriedade da temática “História e cultura afro-brasileira e indígena”. Sendo assim, promovemos uma intervenção na aldeia Arymy no municipio de Grajaú –MA para melhor conhecer a realidade de vida e cultura local. Na oportunidade, algumas lideranças contribuíram com diálogos durante a apresentação, tais como: a cacica Lucilene Lopes Guajajara e Ivan Lopes Guajajara liderança indígena, a senhora da Pasto



ral da Terra e alunos graduandos do curso de História do Parfor/UFMA, além de representantes da SEDUC de Grajaú da educação indigena e da coordenadora do curso de Historia Parfor/UfMA Doutora Telma Bonifácio a coordenadora local do curso de História do Parfor/UFMA, Ma. Cristina Torres, o vereador local Arão Guajajara e eu a professora professora Ma. Ana Paula Reinaldo Verde.
Esse momento serviu como pontapé inicial para a comunidade local enfrentar desafios como o preconceito e a discriminação dentro e fora da aldeia e buscar legalmente melhorias na saúde, educação, condições de vida e igualdade social mediante os direitos conquistados ao longo dos anos.
Para tal intervenção os alunos graduandos do curso de História do Parfor/UFMA, tomaram como objeto de investigação abordagens de temáticas presentes na Declaração Universal dos Direitos Humanos no bojo dos sujeitos vulneráveis: pessoas com necessidades especiais, mulheres, indigenas, crianças e adolescentes e idosos. Assim são objeto de análise alguns artigos das seguintes leis: o Estatuto das pessoas com necessidade especiais- Lei 13.146/2015, a Lei  Maria da Penha- Lei 6.001/73, o Estatuto do Idoso- Lei nº 10.741, Estatuto do Índio- Lei 6001/73 e a Convenção 169 da OIT e o Estatuto da criança e adolescente 8.069/90 e a Lei 11.645/2008 que estabelece a obrigatoriedade da temática “História e cultura afro-brasileira e indígena” nas salas de aula da educação básica do Brasil.
Uma vez que a Declaração Universal dos Direitos Humanos e o ensino de História é o fio condutor do desenvolvimento desse trabalho de pesquisa, a coletânea foi sistematizada em duas partes: uma primeira que trata sobre a “Percepção dos indigenas da aldeia Arymy em Grajaú-MA sobre as leis dos sujeitos vúlneraveis” e a outra sobre a “História da cidade de Grajaú e seu contexto educacional indigena”.Assim um grupo de alunos graduandos de História da UFMA /PARFOR trata sobre “O ensino de História e seu objeto de pesquisa: “Setenta anos de Direitos Humanos na Aldeia Arymy – Grajaú MA e a Lei Maria da Penha Lei 6.001/73, de autoria dos alunos graduandos de História UFMA/ PARFOR Diacy Bone de Sousa Antônio Filho Gavião Guajajara e Manoel Pereira Guajajara.  Outro grupo trata sobre “Ensino de História e o Estatuto das pessoas com necessidade especiais a Lei 13.146/2015 e suas possibilidades na prática em Aldeia Arymy – Grajaú MA – de autoria dos alunos graduandos de História UFMA/PARFOR,Herbert Queiroz de Freitas, Ismael de Olieira Costa, Maria Marlene Sousa Sales e Rejania dos Santos Barros. O terceiro grupo trata sobre o “ENSINO DE HISTÓRIA E O ESTATUTO INDÍGENA: entre limites e possibilidades na sala de aula”  de autoria dos alunos graduandos de História UFMA/PARFOR, Ariane Maria dos Santos, Geci dos Santos, Nara Almeida dos Santos, João Bento Ribeiro Filho e Rita de Cassia Fernandes dos Santos.O ultimo grupo trata sobre o ensino de História e o Estatuto do Idoso na Aldeia Arymy na prática - Grajaú MA de autoria dos alunos graduandos de História UFMA PARFOR, Ariane Maria dos Santos,Geci dos Santos,Nara Almeida dos Santos,João Bento Ribeiro Filho,Rita de Cassia Fernandes dos Santos e o sexto capitulo que trata sobre o ensino de História: a construção do objeto de pesquisa e o diálogo sobre o Estatuto da Criança e o Adolescente – ECA com a comunidade da aldeia Arymy - Grajaú MA de autoria dos alunos graduandos de História UFMA/PARFOR, Luis Fernando Sousa Rodrigues,Samia Sila Figueiredo e Welliton Sá.
O objetivo de abordar temáticas presentes na Declaração Universal dos Direitos Humanos direcionadas aos chamados sujeitos vulneráveis: pessoas com necessidades especiais, mulheres, indígenas, crianças e adolescentes e idosos e,construir no interior da escolar básica do Brasil e Maranhão ideias de liberdade e igualdade formando alunos,professores e educadores para a cultura em Direitos Humanos, capazes de mediar conhecimento no contexto social e escolar; fortalecendo a comunidade local a partir do conhecimento críticos de seus direitos independentemente de etnia, gênero e ou limitação física.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

FOTOGRAFIA ESCOLAR


PROJETO FOTOGRAFIA ESCOLAR
https://www.youtube.com/watch?v=kbzLuskHtMg

PROJETO A FOTOGRAFIA E A MATERIALIZAÇÃO DA MEMÓRIA ESCOLAR

PROJETO A FOTOGRAFIA E A MATERIALIZAÇÃO DA MEMÓRIA ESCOLAR
1 INTRODUÇÃO

A fotografia, além de ser o registro dos locais, fatos e pessoas que nos é importante, nos leva a lugares que ainda não visitamos, pode também ser considerada como uma fonte importante de dados, fatos e informações que se soubermos explorar corretamente a transforma em um poderoso recurso didático (TURAZZI, 2005).
A fotografia, invenção burguesa do século XIX, segundo Sontag (1996) possibilitou no campo da educação a ampliação no cotidiano da sala de aula, o processo de comunicação proveniente da utilização da imagem fotográfica como material de apoio didático, podendo viabilizar uma prática educacional mais direcionada à formação de cidadãos críticos, desde que, forneça suporte para que a aprendizagem seja realmente efetivada, procurando um lugar onde seja possível a comunicação do indivíduo com seus pares, possibilitando troca de conhecimentos, informações e novas descobertas.
Para Martins (2008) na sociedade da informação, vivemos um consumo excessivo de imagens, onde o fundamental é saber interpretá-las, ou ressignificá-la de modo que, o indivíduo seja capaz de desvendar seus vários sentidos. Assim, diante da necessidade de uma quebra de paradigma educativo, o uso da fotografia através do projeto “A fotografia e a materialização da memória escolar” contribuiu para o rompimento de uma aprendizagem fragmentada, em que a fotografia tem se mostrado uma importante ferramenta no trabalho interdisciplinar resultando no olhar que analisa a cultura escolar possibilitando a materialização de uma memória a ser preservada como fonte de informação para a pesquisa histórica.
Para Mignot (2003) a fotografia conta histórias, revela o ambiente, fala sobre as pessoas e contribui para fixar a lembrança, evitar o esquecimento, garantindo um lugar na posteridade. A fotografia emoldura o tempo e organiza experiências passadas acusando a passagem vertiginosa da vida.
O que se percebe é que ao longo do século XX, a fotografia enquanto documento visual adquire um espaço no trabalho do historiador passando a ser utilizada como fonte de pesquisa histórica relacionada à preocupação de se estudar as diversas dimensões da vida social.
 A fotografia, segundo Sontag (1986) passou a ser o registro por fiel que, por meios gestos captados a imagem deixa indícios de modos de fazer, de viver e de pensar dos homens com suas gravuras, mapas, gráficos, pinturas, lembranças, utensílios, ferramentas, festas, cerimônias, rituais, intervenções na paisagem, edificações etc. As fontes iconográficas passaram a ter variados sentidos literário, poético e jornalístico, etc.
Assim, a fotografia se liberada de seu compromisso de registro, do vínculo com a realidade histórica hegemônica localizada no tempo passado, nesse momento ela é capaz de permitir narrar novas histórias, construir outras identidades, revelar outros passados, fundar uma memória. (PEIXOTO, 1998).
O uso da fotografia no projeto “A fotografia e a materialização da memória escolar” não se pretendeu apoiar meramente a exposição de fotografias (imagens) no ambiente escolar, apenas com o objetivo de reforçar os textos do material oferecido aos alunos como comumente vemos nos livros didáticos. De acordo com Bittencourt (1997) ela é mais do que isso, torna-se um desafio para a aprendizagem, local de descobertas coletivas, num ambiente motivador e inovador em que a participação de cada um seja incentivadora para a construção de conhecimento coletivo, na medida em que está evidente a dificuldade de leitura contextualizada partindo da sua própria compreensão, dos seus próprios questionamentos, evocando com isso uma leitura crítica da realidade.
O papel do professor no ambiente de sala de aula passa a ser o de mediador e instigador para que o aluno construa seu conhecimento a partir da pesquisa, e essa habilidade depende de práticas pedagógicas inovadoras e dentre estas destacamos o uso da fotografia e, onde se pôde através do projeto “A fotografia e a materialização da memória escolar” analisar o passado e presente através dessa ferramenta que no contexto atual é inovadora.
Inovadora no sentido de que passa a ser utilizada como campo de investigação e não elemento ilustrativo, com objetivos claros, fornecendo a possibilidade de uma releitura do mundo real captado na fotografia.
A historiografia das instituições escolares e seus sujeitos escolares tendo com aporte teórico a Historia Cultural nos direcionam para relatos orais e memórias esquecidas e não conhecidas, ate então, pois segundo Nunes (2003, p.15) “as escolas são celeiros de memórias, espaços nos quais se tece parte da memória social”. Através da fotografia de professores, alunos e comunidade escolar podemos conhecer a história da sociedade que a gerou, uma vez que a educação não é um fenômeno neutro e esta diretamente ligada aos ocorridos da sociedade.
Nesse sentido o projeto “A fotografia e a materialização da memória escolar” possibilitou a minha pessoa enquanto coordenadora do projeto  criar novos caminhos e novas alternativas de mediar, aprender e avaliar através desse recurso didático prático e inovador na sala de aula da escola básica que durante muito tempo somente utilizou o quadro, o livro didático e a figura do professor como transmissor de informações.
O professor de História pode ensinar o aluno a adquirir as ferramentas de trabalho necessárias; o saber-fazer, o saber-fazer-bem, lançar os germes do histórico. Ele é o responsável por ensinar o aluno a captar e a valorizar a diversidade dos pontos de vista. Ao professor cabe ensinar o aluno a levantar problemas e a reintegrá-los num conjunto mais vasto de outros problemas em problemáticas. (SCHMIDT, 2004, p. 57)
Assim, é que o presente projeto teve por objetivo utilizar a fotografia como materialização da memória escolar. Dessa forma, as questões que permearam esse projeto de pesquisa foram pautadas nas seguintes proposições, a partir da utilização da fotografia: Quais lembranças do cotidiano escolar permeiam a memória e cultura escolar de alunos e professores? Como essa cultura escolar e memórias contribuem para a construção e reconstrução da história da educação da capital do Maranhão? Como alunos e professores percebem as mudanças educativas no espaço tempo no ambiente escolar através da fotografia?
Nosso projeto esta voltado para o eixo temático sugerido no edital: Educação museal: atividades de formação cultural e aprendizado que promovam a identificação, pesquisa, seleção, coleta, preservação, registro, exposição e divulgação de objetos, expressões culturais materiais e imateriais e de valorização do meio-ambiente e dos saberes da comunidade, bem como a utilização de tecnologias educacionais para a interpretação e difusão do patrimônio cultural.
Acreditamos que o desenvolvimento desta pesquisa no âmbito escolar é de suma importância pois podemos pensar a pesquisa no processo ensino aprendizagem como uma mediação de construção de conhecimento, tornando possível que o estudante compreenda que o saber ensinado é construído, oportunizando o problematizar relacionado ao conhecimento histórico escolar.
A implementação de um processo de inovação nem sempre é vista como mais importante no contexto escolar, visto que o ensino atual é visto como um processo linear e a consequência lógica de uma decisão prévia dado que se modifica frente à adoção de um projeto inovador. No entanto, essa prática vem demonstrando que apesar de ter fracassos e resistências começa a ser visto como uma ação interativa entre o artefato, o professor e o aluno, ou seja, um projeto inovador possui elementos mediadores que nele incidem significativamente.
No ambiente escolar mais especificamente na sala de aula de História existem dificuldades de ensinar e dificuldades de aprender porque existe uma tendência de se isolar os acontecimentos históricos como se cada um deles expressasse uma circunstância singular, um momento único que surge sem um antes e um depois, solto no espaço e no tempo e superar essa crença, é ensinar o aluno a observar, pensar, refletir historicamente compreendendo a disciplina como processo dinâmico.
Uma vez estabelecida essa premissa que está contida nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998), na Lei de Diretrizes e Bases (Lei 9394/96) e na Constituição de 1988 quando orientam para perspectivas inovadoras no ensino da História objetivando a construção da cidadania, entendemos que o objetivo de práticas pedagógicas inovadoras, no caso o uso da fotografia é ajudar aos estudantes conhecerem e respeitarem modos de vida diferentes em diversos tempos e espaços respeitando a diversidade.
Assim, a importância do projeto “A fotografia e a materialização da memória escolar” contribuiu para desenvolver o olhar critico do aluno, levantando questionamento a cultura escolar e ao mesmo tempo cria a necessidade de saber olhar atenciosamente o passado no presente transformando a pratica escolar, ou seja, inovando no interior da escola.

2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
ü  Registrar e preservar a cultura escolar através do uso da fotografia com o objetivo de inventariar memórias do cotidiano escolar que permeiam sujeitos escolares (alunos, professores e comunidade) inscrevendo tais registros materiais na história das relações sociais e educacionais, e em particular na cultura do contexto escolar pesquisado.
2.2 Objetivos específicos
ü  Analisar a contribuição do uso da fotografia como ferramenta pedagógica no processo ensino aprendizagem e de interação em sala de aula;
ü  Contribuir para a construção e reconstrução da cultura escolar e da memória da história da educação da capital do Maranhão
ü   Analisar as mudanças da cultura escolar no espaço tempo no ambiente escolar através da fotografia
ü  Destacar os benefícios da interação na construção do conhecimento crítico, individual e coletivo de aprendizagem com o uso da fotografia.
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3 METODOLOGIA
A abordagem teórica metodológica que será utilizada no presente projeto será pautada a partir do registro fotográfico, com base teórica na História Cultural, com o objetivo de apreender o contexto investigado e seus sujeitos envolvidos. Uma pesquisa de cunho qualitativo com o objetivo de analisar os registros fotográficos do contexto escolar.
4 RESULTADOS /CONCLUSÃO

A fotografia tem se mostrado uma importante ferramenta no trabalho interdisciplinar resultando no olhar que analisa a cultura escolar possibilitando a materialização de uma memória a ser preservada como fonte de informação para a pesquisa histórica, pois na sociedade da informação, vivemos um consumo excessivo de imagens, onde o fundamental é saber interpretá-las, ou ressignificá-la de modo que, o indivíduo seja capaz de desvendar seus vários sentidos. Assim, diante da necessidade de uma quebra de paradigma educativo, o uso da fotografia no projeto “A fotografia e a materialização da memória escolar contribuiu para o rompimento de uma aprendizagem fragmentada e instrucionista.
Assim, os alunos fizeram leituras sobre a posição do aluno frente o processo ensino aprendizagem, ao todo fizeram parte do projeto 39 alunos onde organizamos quatro grupos de pesquisa e produção fotográfica a partir de temáticas, como: espaço físico/artefatos, eventos escolares e gênero.
Exemplificando os artefatos que compõem o contexto escolar como a utilização dos dispositivos moveis celulares,  espaço físico; a reorganização e disposição das carteiras em sala de aula, a função da biblioteca enquanto espaço em  movimento, gênero; os professores e suas metodologias, as relações de gênero na escola, os eventos; como a eleição do grêmio escolar, os uniformes, carteiras, se liberadas de seu compromisso de registro, do vínculo com a realidade histórica hegemônica localizada no tempo passado, nesse momento o aluno(a) é capaz de permitir narrar novas histórias, construir outras identidades, revelar outros passados, fundar uma memória.
Durante o período de três (3) meses (janeiro, fevereiro e março de 2018) foi feita a revisão bibliográfica leitura e fichamento dos textos bases sobre fotografia, memória e a educação escolar maranhense e brasileira, no quarto e quinto  mês (abril e maio de 2018) foi feito o registro fotográfico do contexto escolar(alunos, professores e comunidade) e a leitura das fotografias com uma parte textual e no mês de junho de 2018 o resultado/culminância com exposição das fotografias dos alunos.
O uso da fotografia no projeto “a footgrafia e amaterialização da memoria escolar” não se pretendeu apoiar meramente a exposição de fotografias (imagens) no ambiente escolar, apenas com o objetivo de reforçar os textos do material oferecido aos alunos como comumente vemos nos livros didáticos. De acordo com Bittencourt (1997) ela é mais do que isso, torna-se um desafio para a aprendizagem, local de descobertas coletivas, num ambiente motivador e inovador em que a participação de cada um seja incentivadora para a construção de conhecimento coletivo, na medida em que está evidente a dificuldade de leitura contextualizada partindo da sua própria compreensão, dos seus próprios questionamentos, evocando com isso uma leitura crítica da realidade, enfatizando a contribuição do trabalho para o avanço da pesquisa sobre a história da educação maranhense e brasileira e para o desenvolvimento do Maranhão


REFERÊNCIAS

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sábado, 31 de março de 2018

FORMAÇÃO DE PROFESSORES DIANTE DOS AVANÇOS DAS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO (NTIC)-2009


A formação do professor é garantida pela Lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional - Lei Nº 9.9394/96, conforme os artigos a seguir (CARNEIRO, 1998):
Art. 61. A formação de profissionais da educação, de modo a atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e as características de cada fase do desenvolvimento do educando, terá como fundamento:
 I - a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço;
Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público: 
II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim;
Art. 87. Realizar programas de capacitação para todos os professores em exercício, utilizando também. Para isto, os recursos da educação à distância.
Para Valente (1999), não basta estar na Lei, é necessário que se prepare o professor para atuar com competência para ir além da aula expositiva, usando os recursos da informática e contribuindo para a inserção das novas tecnologias no cotidiano, pois atualmente saber ler e escrever não basta é preciso ler as mensagens tecnológicas e sua interferência nas formas de organização da nossa sociedade e nossa cultura.
Desta forma faz-se necessário a formação de professores ao acesso a conteúdos que propicie não apenas o domínio das NTIC, mas uma prática pedagógica reflexiva, uma vez que o uso de computadores não garante, por si só, uma melhor qualidade do ensino.
Segundo Pretto (1996) vivemos num mundo onde diversos meios podem levar ao raciocínio e ao conhecimento e de que aprendizagem pode acontecer de várias maneiras, além da tradicional aula expositiva. Nesse sentido, é preciso que o professor esteja preparado para enfrentar esse desafio, havendo uma mudança de postura diante das NTIC.

Segundo Vituriano (2008) as escolas contemporâneas além de preparar para o mundo do trabalho, devem desenvolver nos alunos a capacidade de conviver em sociedade, articulando, dessa forma, desenvolvimento humano e econômico, com vista ao exercício pleno da cidadania.
Dessa forma, dentro da sociedade da informação pretende-se um professor, capaz de trabalhar a partir do elo entre teoria e prática, tendo consciência das concepções que sustentam sua ação em sala de aula. Com isso a formação passa a ser discutida em uma perspectiva que assegure, acima de tudo, a relação entre o mundo e a escola, buscando a qualidade do processo ensino e aprendizagem.
Segundo Lima (1985, p. 65)

É importante superar definitivamente os enfoques tecnológicos, funcionalistas e burocratizados da instituição educativa, aproximando-se, ao contrario do seu caráter mais relacional, mais dialógico, mais cultura-contextual e comunitário, em cujo âmbito adquire importância a relação que se estabelece entre todas as pessoas, que trabalham dentro e fora da instituição.

Nesse contexto, a aprendizagem com o uso das NTIC exigi que o professor, tenha uma formação crítico-reflexivo, capaz de atender as novas demandas sociais de aprendizagem. Porém, muitas vezes, a formação inicial do professor não os prepara para a utilização da informática de forma pedagógica, é o que discutiremos a seguir.

4.1 A formação do professor do município de São Luís diante das NTIC

A Rede Municipal de Educação de São Luis definiu como proposta prioritária de sua política educacional formar seus profissionais tendo como princípios:
a)    que a formação de professores se fundamente em uma concepção critico-reflexiva, concebendo o professor como sujeito do seu processo de formação, ou seja, favorecendo a construção de um professor autônomo e competente, capaz de criar, planejar, gerir e avaliar situações didáticas eficazes e a aprendizagem dos alunos;
b)    que se oportunize a construção coletiva do conhecimento pedagógico, favorecendo o desenvolvimento pessoal e profissional.
Nesse sentido, o Núcleo de Tecnologia Educacional Municipal (NTEM), oportuniza a formação de professores da Rede Municipal de Educação de São Luís com objetivo de promover a formação dos professores no uso pedagógico das NTIC, contribuindo para a inclusão digital de professores e alunos da Rede.
O objetivo geral do curso (ver Anexo C) é promover a formação dos profissionais da educação da Rede Municipal de Educação de São Luís no uso pedagógico das Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC), contribuindo para  a inclusão digital de professores, funcionários e alunos da rede.A principal ação do NTEM da SEMED será desenvolver um programa de formação continuada, organizando cursos, oficinas e eventos diversos para os educadores.Procurando sensibilizá-los, assessorá-los e prepará-los para o uso pedagógico das NTIC nas escolas da rede. A elaboração do curso consistiu em Introdução a Educação Digital (40h), com o objetivo de inserir o professor no manejo de computadores com sistema operacional Linux e recursos básicos da Internet. Tecnologia na Educação: ensinando e aprendendo com as NTIC (100h), com o objetivo de utilizar de forma pedagógica as NTIC em situações de ensino e aprendizagem em sala de aula e complementação local (40 h), cujo objetivo era as NTIC e o Projeto Político Pedagógico e/ou desenvolvimento de projetos educacionais (ver Anexo C).

4.2 A formação inicial ao uso das NTIC através do curso de pedagogia da Universidade Federal do Maranhão

O curso de Pedagogia da UFMA oferece a Disciplina Informática Aplicada a Educação, através do curso de Computação, com carga horária de 60h, com 04 horas semanais.
Esta disciplina cursada durante a minha graduação teve um conteúdo programático de forma mais instrucionista, não havendo por parte do professor nenhuma preocupação com os objetivos da disciplina, ou melhor, com o que ela poderia trazer de benefícios para um futuro professor e, sobretudo com o aspecto pedagógico da informática no campo educacional. Foi oferecido de fato um curso de computação, onde o computador foi destacado como maquina de instrução, oferecendo uma introdução ao Programa Word e Excel.
Segundo Valente (1999, p. 63):

O nó da questão está na formação docente, muitos educadores ainda não sabem o que fazer com os recursos que a informática oferece. e, nesse sentido, a chave do problema é a questão da formação, da preparação dos educadores para saberem como utilizar esta ferramenta como parte das atividades que realizam na escola.

Através de nossa experiência profissional na Unidade de Ensino Básico Roseno de Jesus Mendes, com as Novas Tecnologias da Informação e Comunicação, em especial com o computador, tivemos oportunidade de desenvolver um Projeto no qual direciona uma prática pedagógica com o uso das NTIC, é dessa experiência que trataremos no capitulo seguinte.



O Projeto Quilombo: uma forma de resistência negra

O Projeto Quilombo foi pensado em 2014 por três professoras do Liceu Maranhense, sendo duas professoras da disciplina História, a profess...