quinta-feira, 22 de novembro de 2018

FAPEMA promove tarde de autógrafo na 12ª Feira do Livro de São Luís Nesta terça-feira (20), a autora Ana Paula Reinaldo Verde estará no estande da Fundação, autografando o livro “Projeto Quilombo – uma forma de resistência negra”

FAPEMA promove tarde de autógrafo na 12ª Feira do Livro de São Luís Nesta terça-feira (20), a autora Ana Paula Reinaldo Verde estará no estande da Fundação, autografando o livro “Projeto Quilombo – uma forma de resistência negra”

 A Fundação de Amparo à Pesquisa e ao Desenvolvimento Científico e Tecnológico do Maranhão (Fapema) participa até o dia 25 de novembro da 12ª Feira do Livro de São Luís (FeliS), realizada pela prefeitura de São Luís com o apoio do Governo do Estado e outros parceiros.  Quem visitar o estande da Fundação, no Multicenter Sebrae, onde o evento acontece, vai poder conhecer mais sobre os programas de fomento à pesquisa e ao desenvolvimento científico e tecnológico do Maranhão da Fapema, bem como participar de sorteio de livros, bate-papo literário, debates em torno das pesquisas desenvolvidas no Maranhão e tarde de autógrafo com escritores com publicações financiadas pela Fapema por meio de editais.  Nesta terça-feira (20), Dia da Consciência Negra, uma das atrações do estande será o lançamento do livro “Projeto Quilombo- Uma forma de resistência negra”, de autoria da pesquisadora Ana Paula Verde.
O estudo que resultou no livro analisa e descreve as práticas pedagógicas para a Educação das Relações Étnico-Raciais que possibilitam a formação de indivíduos críticos e reflexivos dentro de uma sociedade plurirracial e multicultural. A pesquisa foi voltada para o Projeto Quilombo, efetivado pelos professores e alunos do Centro de Ensino Liceu Maranhense.
No domingo, a noite de autógrafo foi com a professora, pesquisadora e escritora, Jossilene Louzeiro Alves, autora do livro “Estado Sanitário na Província do Maranhão e a Saúde Pública em Debate”.  O livro, de 180 páginas reflete sobre o estado sanitário da Província do Estado do Maranhão na segunda metade do século XIX, entre 1850 e 1860, período caracterizado como endêmico, em razão das diversas epidemias que grassaram o estado, principalmente a capital.
A abertura do evento foi feita pela diretora Científica da Fapema, Silvane Magali Vale Nascimento, que destacou a importância da iniciativa. “Esse é o momento em que lançamos, juntamente com os autores, os livros que têm o apoio da Fapema. Para a Fapema é muito importante levar ao conhecimento da sociedade os livros que são frutos de produções, de trabalhos de pesquisa desenvolvidas no estado. A obra que foi lançada esta noite, trata de questões importantes para o Maranhão, questões ligadas às políticas públicas”, destacou.
Graduada em História pela Universidade Federal do Maranhão – UFMA, com pós-graduação em Gestão Educacional, Psicopedagogia Clínica e Institucional pela Faculdade Santa Fé, mestre em Ciências da Educação pela Universidade Lusófana de Humanidades e Tecnologia – ULHT – Lisboa Portugal, Jossilene Louzeiro Alves, que tem outras qualificações em seu currículo, explica que a motivação para o desenvolvimento do trabalho, que resultou no livro está ligada à atividade como profissional da área de saúde, que lida frequentemente com epidemias em hospitais públicos.
Durante a apresentação do livro, Jossilene Louzeiro agradeceu o apoio recebido pela FAPEMA para publicação do livro. “O apoio financeiro foi fundamental para que pudesse lançar o livro e colocar à disposição da sociedade os resultados do trabalho”, disse.
MAIS SOBRE A FeliS
O maior evento cultural e de fomento à leitura do Maranhão é uma realização da Prefeitura de São Luís, por meio das secretarias de Cultura (Secult) e Educação (Semed), correalização do Serviço Social do Comércio (Sesc) e Serviço de Apoio às Micros e Pequenas Empresas do Maranhão (Sebrae) e conta com patrocínio da Vale e Companhia Maranhense de Gás (Gasmar). Este ano, a Feira tem como Patrono Graça Aranha, escritor maranhense que completaria 150 anos em 2018, considerado um dos articuladores do movimento que renovou a literatura e a cultura brasileira: A Semana de Arte Moderna. O evento homenageia ainda os matemáticos Joaquim Gomes de Souza e João Antônio Coqueiro, ambos maranhenses.
A programação é toda gratuita e conta com mais de 500 atividades, dentre elas escritores nacionais e locais convidados, lançamentos de livros, palestras, rodas de conversa, mesa redonda e conferências, seminários, plenárias, sessões de cinema, bate-papo literário, workshop, oficinas e minicursos, intervenções artísticas, espetáculos teatrais, performances poéticas, contações de histórias, apresentações culturais, exposições, pocket shows e visita de escritores a escolas da rede pública

quinta-feira, 4 de outubro de 2018

SETENTA ANOS DA DECLARAÇÃO UNIVERSAL DOS DIREITOS HUMANOS (1948-2018) NA ALDEIA ARYMY GRAJAÚ –MA reúne artigos de alunos graduandos (jovens pesquisadores) do Curso de História da Universidade Federal do Maranhão (UFMA) -  Plano Nacional de Formação de Professores da Educação Básica (PARFOR) a partir da disciplina História da Educação e dos Direitos Humanos, que tem como eixo central a necessidade de conscientizar os aluno(a)s para a tríade na academia: ensino, pesquisa e extensão, ou seja, levar para a sala de aula da educação básica como futuros professores à conscientização dos Direitos Humanos direcionado aos povos indígenas que tem como subsidio a Lei 11.645/2008, que completa dez (10) anos e altera a Lei 9.394/1996, modificada pela Lei 10.639/2003, e estabelece a obrigatoriedade da temática “História e cultura afro-brasileira e indígena”. Sendo assim, promovemos uma intervenção na aldeia Arymy no municipio de Grajaú –MA para melhor conhecer a realidade de vida e cultura local. Na oportunidade, algumas lideranças contribuíram com diálogos durante a apresentação, tais como: a cacica Lucilene Lopes Guajajara e Ivan Lopes Guajajara liderança indígena, a senhora da Pasto



ral da Terra e alunos graduandos do curso de História do Parfor/UFMA, além de representantes da SEDUC de Grajaú da educação indigena e da coordenadora do curso de Historia Parfor/UfMA Doutora Telma Bonifácio a coordenadora local do curso de História do Parfor/UFMA, Ma. Cristina Torres, o vereador local Arão Guajajara e eu a professora professora Ma. Ana Paula Reinaldo Verde.
Esse momento serviu como pontapé inicial para a comunidade local enfrentar desafios como o preconceito e a discriminação dentro e fora da aldeia e buscar legalmente melhorias na saúde, educação, condições de vida e igualdade social mediante os direitos conquistados ao longo dos anos.
Para tal intervenção os alunos graduandos do curso de História do Parfor/UFMA, tomaram como objeto de investigação abordagens de temáticas presentes na Declaração Universal dos Direitos Humanos no bojo dos sujeitos vulneráveis: pessoas com necessidades especiais, mulheres, indigenas, crianças e adolescentes e idosos. Assim são objeto de análise alguns artigos das seguintes leis: o Estatuto das pessoas com necessidade especiais- Lei 13.146/2015, a Lei  Maria da Penha- Lei 6.001/73, o Estatuto do Idoso- Lei nº 10.741, Estatuto do Índio- Lei 6001/73 e a Convenção 169 da OIT e o Estatuto da criança e adolescente 8.069/90 e a Lei 11.645/2008 que estabelece a obrigatoriedade da temática “História e cultura afro-brasileira e indígena” nas salas de aula da educação básica do Brasil.
Uma vez que a Declaração Universal dos Direitos Humanos e o ensino de História é o fio condutor do desenvolvimento desse trabalho de pesquisa, a coletânea foi sistematizada em duas partes: uma primeira que trata sobre a “Percepção dos indigenas da aldeia Arymy em Grajaú-MA sobre as leis dos sujeitos vúlneraveis” e a outra sobre a “História da cidade de Grajaú e seu contexto educacional indigena”.Assim um grupo de alunos graduandos de História da UFMA /PARFOR trata sobre “O ensino de História e seu objeto de pesquisa: “Setenta anos de Direitos Humanos na Aldeia Arymy – Grajaú MA e a Lei Maria da Penha Lei 6.001/73, de autoria dos alunos graduandos de História UFMA/ PARFOR Diacy Bone de Sousa Antônio Filho Gavião Guajajara e Manoel Pereira Guajajara.  Outro grupo trata sobre “Ensino de História e o Estatuto das pessoas com necessidade especiais a Lei 13.146/2015 e suas possibilidades na prática em Aldeia Arymy – Grajaú MA – de autoria dos alunos graduandos de História UFMA/PARFOR,Herbert Queiroz de Freitas, Ismael de Olieira Costa, Maria Marlene Sousa Sales e Rejania dos Santos Barros. O terceiro grupo trata sobre o “ENSINO DE HISTÓRIA E O ESTATUTO INDÍGENA: entre limites e possibilidades na sala de aula”  de autoria dos alunos graduandos de História UFMA/PARFOR, Ariane Maria dos Santos, Geci dos Santos, Nara Almeida dos Santos, João Bento Ribeiro Filho e Rita de Cassia Fernandes dos Santos.O ultimo grupo trata sobre o ensino de História e o Estatuto do Idoso na Aldeia Arymy na prática - Grajaú MA de autoria dos alunos graduandos de História UFMA PARFOR, Ariane Maria dos Santos,Geci dos Santos,Nara Almeida dos Santos,João Bento Ribeiro Filho,Rita de Cassia Fernandes dos Santos e o sexto capitulo que trata sobre o ensino de História: a construção do objeto de pesquisa e o diálogo sobre o Estatuto da Criança e o Adolescente – ECA com a comunidade da aldeia Arymy - Grajaú MA de autoria dos alunos graduandos de História UFMA/PARFOR, Luis Fernando Sousa Rodrigues,Samia Sila Figueiredo e Welliton Sá.
O objetivo de abordar temáticas presentes na Declaração Universal dos Direitos Humanos direcionadas aos chamados sujeitos vulneráveis: pessoas com necessidades especiais, mulheres, indígenas, crianças e adolescentes e idosos e,construir no interior da escolar básica do Brasil e Maranhão ideias de liberdade e igualdade formando alunos,professores e educadores para a cultura em Direitos Humanos, capazes de mediar conhecimento no contexto social e escolar; fortalecendo a comunidade local a partir do conhecimento críticos de seus direitos independentemente de etnia, gênero e ou limitação física.

terça-feira, 21 de agosto de 2018

FOTOGRAFIA ESCOLAR


PROJETO FOTOGRAFIA ESCOLAR
https://www.youtube.com/watch?v=kbzLuskHtMg

PROJETO A FOTOGRAFIA E A MATERIALIZAÇÃO DA MEMÓRIA ESCOLAR

PROJETO A FOTOGRAFIA E A MATERIALIZAÇÃO DA MEMÓRIA ESCOLAR
1 INTRODUÇÃO

A fotografia, além de ser o registro dos locais, fatos e pessoas que nos é importante, nos leva a lugares que ainda não visitamos, pode também ser considerada como uma fonte importante de dados, fatos e informações que se soubermos explorar corretamente a transforma em um poderoso recurso didático (TURAZZI, 2005).
A fotografia, invenção burguesa do século XIX, segundo Sontag (1996) possibilitou no campo da educação a ampliação no cotidiano da sala de aula, o processo de comunicação proveniente da utilização da imagem fotográfica como material de apoio didático, podendo viabilizar uma prática educacional mais direcionada à formação de cidadãos críticos, desde que, forneça suporte para que a aprendizagem seja realmente efetivada, procurando um lugar onde seja possível a comunicação do indivíduo com seus pares, possibilitando troca de conhecimentos, informações e novas descobertas.
Para Martins (2008) na sociedade da informação, vivemos um consumo excessivo de imagens, onde o fundamental é saber interpretá-las, ou ressignificá-la de modo que, o indivíduo seja capaz de desvendar seus vários sentidos. Assim, diante da necessidade de uma quebra de paradigma educativo, o uso da fotografia através do projeto “A fotografia e a materialização da memória escolar” contribuiu para o rompimento de uma aprendizagem fragmentada, em que a fotografia tem se mostrado uma importante ferramenta no trabalho interdisciplinar resultando no olhar que analisa a cultura escolar possibilitando a materialização de uma memória a ser preservada como fonte de informação para a pesquisa histórica.
Para Mignot (2003) a fotografia conta histórias, revela o ambiente, fala sobre as pessoas e contribui para fixar a lembrança, evitar o esquecimento, garantindo um lugar na posteridade. A fotografia emoldura o tempo e organiza experiências passadas acusando a passagem vertiginosa da vida.
O que se percebe é que ao longo do século XX, a fotografia enquanto documento visual adquire um espaço no trabalho do historiador passando a ser utilizada como fonte de pesquisa histórica relacionada à preocupação de se estudar as diversas dimensões da vida social.
 A fotografia, segundo Sontag (1986) passou a ser o registro por fiel que, por meios gestos captados a imagem deixa indícios de modos de fazer, de viver e de pensar dos homens com suas gravuras, mapas, gráficos, pinturas, lembranças, utensílios, ferramentas, festas, cerimônias, rituais, intervenções na paisagem, edificações etc. As fontes iconográficas passaram a ter variados sentidos literário, poético e jornalístico, etc.
Assim, a fotografia se liberada de seu compromisso de registro, do vínculo com a realidade histórica hegemônica localizada no tempo passado, nesse momento ela é capaz de permitir narrar novas histórias, construir outras identidades, revelar outros passados, fundar uma memória. (PEIXOTO, 1998).
O uso da fotografia no projeto “A fotografia e a materialização da memória escolar” não se pretendeu apoiar meramente a exposição de fotografias (imagens) no ambiente escolar, apenas com o objetivo de reforçar os textos do material oferecido aos alunos como comumente vemos nos livros didáticos. De acordo com Bittencourt (1997) ela é mais do que isso, torna-se um desafio para a aprendizagem, local de descobertas coletivas, num ambiente motivador e inovador em que a participação de cada um seja incentivadora para a construção de conhecimento coletivo, na medida em que está evidente a dificuldade de leitura contextualizada partindo da sua própria compreensão, dos seus próprios questionamentos, evocando com isso uma leitura crítica da realidade.
O papel do professor no ambiente de sala de aula passa a ser o de mediador e instigador para que o aluno construa seu conhecimento a partir da pesquisa, e essa habilidade depende de práticas pedagógicas inovadoras e dentre estas destacamos o uso da fotografia e, onde se pôde através do projeto “A fotografia e a materialização da memória escolar” analisar o passado e presente através dessa ferramenta que no contexto atual é inovadora.
Inovadora no sentido de que passa a ser utilizada como campo de investigação e não elemento ilustrativo, com objetivos claros, fornecendo a possibilidade de uma releitura do mundo real captado na fotografia.
A historiografia das instituições escolares e seus sujeitos escolares tendo com aporte teórico a Historia Cultural nos direcionam para relatos orais e memórias esquecidas e não conhecidas, ate então, pois segundo Nunes (2003, p.15) “as escolas são celeiros de memórias, espaços nos quais se tece parte da memória social”. Através da fotografia de professores, alunos e comunidade escolar podemos conhecer a história da sociedade que a gerou, uma vez que a educação não é um fenômeno neutro e esta diretamente ligada aos ocorridos da sociedade.
Nesse sentido o projeto “A fotografia e a materialização da memória escolar” possibilitou a minha pessoa enquanto coordenadora do projeto  criar novos caminhos e novas alternativas de mediar, aprender e avaliar através desse recurso didático prático e inovador na sala de aula da escola básica que durante muito tempo somente utilizou o quadro, o livro didático e a figura do professor como transmissor de informações.
O professor de História pode ensinar o aluno a adquirir as ferramentas de trabalho necessárias; o saber-fazer, o saber-fazer-bem, lançar os germes do histórico. Ele é o responsável por ensinar o aluno a captar e a valorizar a diversidade dos pontos de vista. Ao professor cabe ensinar o aluno a levantar problemas e a reintegrá-los num conjunto mais vasto de outros problemas em problemáticas. (SCHMIDT, 2004, p. 57)
Assim, é que o presente projeto teve por objetivo utilizar a fotografia como materialização da memória escolar. Dessa forma, as questões que permearam esse projeto de pesquisa foram pautadas nas seguintes proposições, a partir da utilização da fotografia: Quais lembranças do cotidiano escolar permeiam a memória e cultura escolar de alunos e professores? Como essa cultura escolar e memórias contribuem para a construção e reconstrução da história da educação da capital do Maranhão? Como alunos e professores percebem as mudanças educativas no espaço tempo no ambiente escolar através da fotografia?
Nosso projeto esta voltado para o eixo temático sugerido no edital: Educação museal: atividades de formação cultural e aprendizado que promovam a identificação, pesquisa, seleção, coleta, preservação, registro, exposição e divulgação de objetos, expressões culturais materiais e imateriais e de valorização do meio-ambiente e dos saberes da comunidade, bem como a utilização de tecnologias educacionais para a interpretação e difusão do patrimônio cultural.
Acreditamos que o desenvolvimento desta pesquisa no âmbito escolar é de suma importância pois podemos pensar a pesquisa no processo ensino aprendizagem como uma mediação de construção de conhecimento, tornando possível que o estudante compreenda que o saber ensinado é construído, oportunizando o problematizar relacionado ao conhecimento histórico escolar.
A implementação de um processo de inovação nem sempre é vista como mais importante no contexto escolar, visto que o ensino atual é visto como um processo linear e a consequência lógica de uma decisão prévia dado que se modifica frente à adoção de um projeto inovador. No entanto, essa prática vem demonstrando que apesar de ter fracassos e resistências começa a ser visto como uma ação interativa entre o artefato, o professor e o aluno, ou seja, um projeto inovador possui elementos mediadores que nele incidem significativamente.
No ambiente escolar mais especificamente na sala de aula de História existem dificuldades de ensinar e dificuldades de aprender porque existe uma tendência de se isolar os acontecimentos históricos como se cada um deles expressasse uma circunstância singular, um momento único que surge sem um antes e um depois, solto no espaço e no tempo e superar essa crença, é ensinar o aluno a observar, pensar, refletir historicamente compreendendo a disciplina como processo dinâmico.
Uma vez estabelecida essa premissa que está contida nos Parâmetros Curriculares Nacionais (BRASIL, 1998), na Lei de Diretrizes e Bases (Lei 9394/96) e na Constituição de 1988 quando orientam para perspectivas inovadoras no ensino da História objetivando a construção da cidadania, entendemos que o objetivo de práticas pedagógicas inovadoras, no caso o uso da fotografia é ajudar aos estudantes conhecerem e respeitarem modos de vida diferentes em diversos tempos e espaços respeitando a diversidade.
Assim, a importância do projeto “A fotografia e a materialização da memória escolar” contribuiu para desenvolver o olhar critico do aluno, levantando questionamento a cultura escolar e ao mesmo tempo cria a necessidade de saber olhar atenciosamente o passado no presente transformando a pratica escolar, ou seja, inovando no interior da escola.

2 OBJETIVOS
2.1 Objetivo geral
ü  Registrar e preservar a cultura escolar através do uso da fotografia com o objetivo de inventariar memórias do cotidiano escolar que permeiam sujeitos escolares (alunos, professores e comunidade) inscrevendo tais registros materiais na história das relações sociais e educacionais, e em particular na cultura do contexto escolar pesquisado.
2.2 Objetivos específicos
ü  Analisar a contribuição do uso da fotografia como ferramenta pedagógica no processo ensino aprendizagem e de interação em sala de aula;
ü  Contribuir para a construção e reconstrução da cultura escolar e da memória da história da educação da capital do Maranhão
ü   Analisar as mudanças da cultura escolar no espaço tempo no ambiente escolar através da fotografia
ü  Destacar os benefícios da interação na construção do conhecimento crítico, individual e coletivo de aprendizagem com o uso da fotografia.
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3 METODOLOGIA
A abordagem teórica metodológica que será utilizada no presente projeto será pautada a partir do registro fotográfico, com base teórica na História Cultural, com o objetivo de apreender o contexto investigado e seus sujeitos envolvidos. Uma pesquisa de cunho qualitativo com o objetivo de analisar os registros fotográficos do contexto escolar.
4 RESULTADOS /CONCLUSÃO

A fotografia tem se mostrado uma importante ferramenta no trabalho interdisciplinar resultando no olhar que analisa a cultura escolar possibilitando a materialização de uma memória a ser preservada como fonte de informação para a pesquisa histórica, pois na sociedade da informação, vivemos um consumo excessivo de imagens, onde o fundamental é saber interpretá-las, ou ressignificá-la de modo que, o indivíduo seja capaz de desvendar seus vários sentidos. Assim, diante da necessidade de uma quebra de paradigma educativo, o uso da fotografia no projeto “A fotografia e a materialização da memória escolar contribuiu para o rompimento de uma aprendizagem fragmentada e instrucionista.
Assim, os alunos fizeram leituras sobre a posição do aluno frente o processo ensino aprendizagem, ao todo fizeram parte do projeto 39 alunos onde organizamos quatro grupos de pesquisa e produção fotográfica a partir de temáticas, como: espaço físico/artefatos, eventos escolares e gênero.
Exemplificando os artefatos que compõem o contexto escolar como a utilização dos dispositivos moveis celulares,  espaço físico; a reorganização e disposição das carteiras em sala de aula, a função da biblioteca enquanto espaço em  movimento, gênero; os professores e suas metodologias, as relações de gênero na escola, os eventos; como a eleição do grêmio escolar, os uniformes, carteiras, se liberadas de seu compromisso de registro, do vínculo com a realidade histórica hegemônica localizada no tempo passado, nesse momento o aluno(a) é capaz de permitir narrar novas histórias, construir outras identidades, revelar outros passados, fundar uma memória.
Durante o período de três (3) meses (janeiro, fevereiro e março de 2018) foi feita a revisão bibliográfica leitura e fichamento dos textos bases sobre fotografia, memória e a educação escolar maranhense e brasileira, no quarto e quinto  mês (abril e maio de 2018) foi feito o registro fotográfico do contexto escolar(alunos, professores e comunidade) e a leitura das fotografias com uma parte textual e no mês de junho de 2018 o resultado/culminância com exposição das fotografias dos alunos.
O uso da fotografia no projeto “a footgrafia e amaterialização da memoria escolar” não se pretendeu apoiar meramente a exposição de fotografias (imagens) no ambiente escolar, apenas com o objetivo de reforçar os textos do material oferecido aos alunos como comumente vemos nos livros didáticos. De acordo com Bittencourt (1997) ela é mais do que isso, torna-se um desafio para a aprendizagem, local de descobertas coletivas, num ambiente motivador e inovador em que a participação de cada um seja incentivadora para a construção de conhecimento coletivo, na medida em que está evidente a dificuldade de leitura contextualizada partindo da sua própria compreensão, dos seus próprios questionamentos, evocando com isso uma leitura crítica da realidade, enfatizando a contribuição do trabalho para o avanço da pesquisa sobre a história da educação maranhense e brasileira e para o desenvolvimento do Maranhão


REFERÊNCIAS

ALTHUSSER, L. Sobre a reprodução. Petrópolis, RJ: Vozes, 1999.

BITTENCOURT, Circe et al. O saber histórico na sala de aula. São Paulo:
Contexto, 1997.

BRASIL. Secretaria de Educação Fundamental. Parâmetros Curriculares Nacionais: terceiro e quarto ciclos. Brasília: MEC/SEF, 1997.


BRASIL. Ministério da Educação e Cultura. Lei nº. 9.394 de 20 de dezembro de 1996. Dispõe sobre a Lei de Diretrizes e Bases da Educação Nacional. Brasília: MEC, 1996.

BITTENCOURT, Circe Maria Fernandes (org.). O saber histórico na sala de aula. São Paulo: Contexto, 2002.

CARBONELL, J. A aventura de inovar: a mudança na escola. Porto Alegre: Artes Médicas, 2002

DEMO, Pedro. Desafios Modernos da Educação. Petrópolis: Vozes, 1993.

 FINO, Carlos N. Novas tecnologias, cognição e cultura: um estudo no primeiro ciclo do ensino básico. 2000. Tese (Doutoramento em educação) - Faculdade de Ciências, Universidade de Lisboa, Lisboa, 2000.

HERNANDEZ, F. (org). Aprendendo com as Inovações nas escolas. Porto Alegre: Artes Médicas. 2000.

HOBSBAWM, E. Era dos Extremos. São Paulo: Cia das Letras, 1994.



KOSSOY, B. Fotografia e história. São Paulo: Ática, 1989.
LAVILLE, C.; DIONNE, J. A construção do saber: manual de metodologia da pesquisa em ciências. Porto Alegre: Artmed; Belo Horizonte: Ed. UFMG, 1999.

Macedo, Roberto Sidnei.  Um rigor outro sobre a qualidade na pesquisa qualitativa : educação e ciências humanas /Salvador :  EDUFBA, 2009.
MARTINS, Lúcia Araújo Ramos; PIRES, Gláucia Nascimento da Luz; MELO, Francisco Ricardo Lins Vieira de. (Orgs.). Inclusão: compartilhando Saberes. 2. ed. Petrópolis, R.J: Vozes, 2008.

MIGNOT, A.C.V.; CUNHA, M.T.S.(Orgs.). Práticas de Memória Docente. São Paulo: Cortez, 2003.

MINAYO, Maria Cecília. O desafio do conhecimento: pesquisa qualitativa em
saúde. 11. ed. São Paulo: HUCITEC; Rio de Janeiro: ABRASCO, 2008.

MOLINA, Ana Heloísa. Ensino de Historia e Imagens: possibilidades de pesquisa. Domínios da Imagem. Londrina, ano 1, n. 1, p, 15-29, Nov. 2007.

MORAN, José Manuel. Os sete saberes necessários à educação do futuro. 8. ed. São Paulo: Cortez; Brasília, DF: UNESCO, 1998, p. 118.

______. A educação que desejamos: novos desafios e como chegar lá. São Paulo: Editora Papirus. p. 89-111. OLIVEIRA, Margarida Maria Dias de. O Ensino de História como Objeto de Pesquisa. In.: SAECULUM: Revista de História – No. 6/7 Jan. Dez. 2000/2001 – João Pessoa: ed. Universitária/UFPB, 2002.
OLIVEIRA, Marta Kohl. Vygotsky. Aprendizado e Desenvolvimento. Um processo sócio-histórico. São Paulo: Scipione, 1993
PAPERT, Seymour. A máquina das crianças: repensando a escola na era da informática. Porto Alegre: ArtMed, 2008.

PROENÇA, Graça. História da Arte. São Paulo: Editora Ática, 2007.

SILVA, Tomaz Tadeu da. Currículo como fetiche: A poética e a política do texto curricular. 2ª Edição. Belo Horizonte: Autêntica, 2001

SONTAG, Susan. Ensaios Fotográficos. Lisboa: Dom Quixote, 1986. (Col. arte e sociedade).

SCHIMIDT, Maria Auxiliadora; CAINELLI, Marlene. Ensinar História. São Paulo: Scipione, 2004.


THURLER, Monica Gather. Inovar no interior da escola. Porto Alegre: Artmed,
2001.

TOFFLER, Alvin. O choque do futuro. 2. ed. Rio de Janeiro: Record, 1970.

TURAZZI, M. I. História e o ensino da fotografia. São Paulo: Moderna, 2005.

sábado, 31 de março de 2018

FORMAÇÃO DE PROFESSORES DIANTE DOS AVANÇOS DAS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E DA COMUNICAÇÃO (NTIC)-2009


A formação do professor é garantida pela Lei de Diretrizes e Bases da educação Nacional - Lei Nº 9.9394/96, conforme os artigos a seguir (CARNEIRO, 1998):
Art. 61. A formação de profissionais da educação, de modo a atender aos objetivos dos diferentes níveis e modalidades de ensino e as características de cada fase do desenvolvimento do educando, terá como fundamento:
 I - a associação entre teorias e práticas, inclusive mediante a capacitação em serviço;
Art. 67. Os sistemas de ensino promoverão a valorização dos profissionais, assegurando-lhes, inclusive nos termos dos estatutos e dos planos de carreira do magistério público: 
II - aperfeiçoamento profissional continuado, inclusive com licenciamento periódico remunerado para esse fim;
Art. 87. Realizar programas de capacitação para todos os professores em exercício, utilizando também. Para isto, os recursos da educação à distância.
Para Valente (1999), não basta estar na Lei, é necessário que se prepare o professor para atuar com competência para ir além da aula expositiva, usando os recursos da informática e contribuindo para a inserção das novas tecnologias no cotidiano, pois atualmente saber ler e escrever não basta é preciso ler as mensagens tecnológicas e sua interferência nas formas de organização da nossa sociedade e nossa cultura.
Desta forma faz-se necessário a formação de professores ao acesso a conteúdos que propicie não apenas o domínio das NTIC, mas uma prática pedagógica reflexiva, uma vez que o uso de computadores não garante, por si só, uma melhor qualidade do ensino.
Segundo Pretto (1996) vivemos num mundo onde diversos meios podem levar ao raciocínio e ao conhecimento e de que aprendizagem pode acontecer de várias maneiras, além da tradicional aula expositiva. Nesse sentido, é preciso que o professor esteja preparado para enfrentar esse desafio, havendo uma mudança de postura diante das NTIC.

Segundo Vituriano (2008) as escolas contemporâneas além de preparar para o mundo do trabalho, devem desenvolver nos alunos a capacidade de conviver em sociedade, articulando, dessa forma, desenvolvimento humano e econômico, com vista ao exercício pleno da cidadania.
Dessa forma, dentro da sociedade da informação pretende-se um professor, capaz de trabalhar a partir do elo entre teoria e prática, tendo consciência das concepções que sustentam sua ação em sala de aula. Com isso a formação passa a ser discutida em uma perspectiva que assegure, acima de tudo, a relação entre o mundo e a escola, buscando a qualidade do processo ensino e aprendizagem.
Segundo Lima (1985, p. 65)

É importante superar definitivamente os enfoques tecnológicos, funcionalistas e burocratizados da instituição educativa, aproximando-se, ao contrario do seu caráter mais relacional, mais dialógico, mais cultura-contextual e comunitário, em cujo âmbito adquire importância a relação que se estabelece entre todas as pessoas, que trabalham dentro e fora da instituição.

Nesse contexto, a aprendizagem com o uso das NTIC exigi que o professor, tenha uma formação crítico-reflexivo, capaz de atender as novas demandas sociais de aprendizagem. Porém, muitas vezes, a formação inicial do professor não os prepara para a utilização da informática de forma pedagógica, é o que discutiremos a seguir.

4.1 A formação do professor do município de São Luís diante das NTIC

A Rede Municipal de Educação de São Luis definiu como proposta prioritária de sua política educacional formar seus profissionais tendo como princípios:
a)    que a formação de professores se fundamente em uma concepção critico-reflexiva, concebendo o professor como sujeito do seu processo de formação, ou seja, favorecendo a construção de um professor autônomo e competente, capaz de criar, planejar, gerir e avaliar situações didáticas eficazes e a aprendizagem dos alunos;
b)    que se oportunize a construção coletiva do conhecimento pedagógico, favorecendo o desenvolvimento pessoal e profissional.
Nesse sentido, o Núcleo de Tecnologia Educacional Municipal (NTEM), oportuniza a formação de professores da Rede Municipal de Educação de São Luís com objetivo de promover a formação dos professores no uso pedagógico das NTIC, contribuindo para a inclusão digital de professores e alunos da Rede.
O objetivo geral do curso (ver Anexo C) é promover a formação dos profissionais da educação da Rede Municipal de Educação de São Luís no uso pedagógico das Tecnologias da Informação e Comunicação (NTIC), contribuindo para  a inclusão digital de professores, funcionários e alunos da rede.A principal ação do NTEM da SEMED será desenvolver um programa de formação continuada, organizando cursos, oficinas e eventos diversos para os educadores.Procurando sensibilizá-los, assessorá-los e prepará-los para o uso pedagógico das NTIC nas escolas da rede. A elaboração do curso consistiu em Introdução a Educação Digital (40h), com o objetivo de inserir o professor no manejo de computadores com sistema operacional Linux e recursos básicos da Internet. Tecnologia na Educação: ensinando e aprendendo com as NTIC (100h), com o objetivo de utilizar de forma pedagógica as NTIC em situações de ensino e aprendizagem em sala de aula e complementação local (40 h), cujo objetivo era as NTIC e o Projeto Político Pedagógico e/ou desenvolvimento de projetos educacionais (ver Anexo C).

4.2 A formação inicial ao uso das NTIC através do curso de pedagogia da Universidade Federal do Maranhão

O curso de Pedagogia da UFMA oferece a Disciplina Informática Aplicada a Educação, através do curso de Computação, com carga horária de 60h, com 04 horas semanais.
Esta disciplina cursada durante a minha graduação teve um conteúdo programático de forma mais instrucionista, não havendo por parte do professor nenhuma preocupação com os objetivos da disciplina, ou melhor, com o que ela poderia trazer de benefícios para um futuro professor e, sobretudo com o aspecto pedagógico da informática no campo educacional. Foi oferecido de fato um curso de computação, onde o computador foi destacado como maquina de instrução, oferecendo uma introdução ao Programa Word e Excel.
Segundo Valente (1999, p. 63):

O nó da questão está na formação docente, muitos educadores ainda não sabem o que fazer com os recursos que a informática oferece. e, nesse sentido, a chave do problema é a questão da formação, da preparação dos educadores para saberem como utilizar esta ferramenta como parte das atividades que realizam na escola.

Através de nossa experiência profissional na Unidade de Ensino Básico Roseno de Jesus Mendes, com as Novas Tecnologias da Informação e Comunicação, em especial com o computador, tivemos oportunidade de desenvolver um Projeto no qual direciona uma prática pedagógica com o uso das NTIC, é dessa experiência que trataremos no capitulo seguinte.



PERCURSO HISTÓRICO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO (O COMPUTADOR)


O homem sempre procurou produzir mais com menor esforço e criou as máquinas para a simplificação e a evolução do trabalho humano. A invenção da máquina de calcular, por Blaise Pascal, que realizava operações de soma e subtração, a primeira máquina a vapor, por James Watt, durante a Revolução Industrial, dentre outras descobertas, inauguram um o desenvolvimento científico experimentado pela humanidade, produzindo conhecimentos a uma velocidade jamais experimentada antes na história.
O ensino através da informática tem suas raízes, segundo Valente (1999), através das máquinas. Esta idéia foi usada por Dr. Sidney Pressey em 1924 que inventou uma maquina para corrigir testes de múltipla escolha. Essa idéia foi posteriormente reelaborada por B.F.Skinner que no ano de 1950, como professor de Harvard, propôs uma máquina de ensinar usando o conceito de instrução programada.
De acordo com Netto (2005), a instrução programada consiste em levar o estudante a responder módulos seqüenciais, se a resposta está correta aluno pode passar para o próximo módulo. Se a resposta está errada, o aluno é convidado a rever os módulos anteriores ou, ainda, a realizar outros módulos, o objetivo é remediar o processo de ensino.
O crescente avanço da tecnologia utilizada na criação das máquinas chamou a atenção dos militares norte-americanos, que, interessados no poder que essas máquinas poderiam trazer em longo prazo, empregaram vultosos investimentos em pesquisas e projetos sobre computadores.
Durante a 2º Guerra Mundial, os militares começaram a ter os primeiros resultados desses investimentos. O “efeito Sputnik”, segundo Netto (2005), assim batizado por causa do lançamento do satélite soviético Sputnik, em1957, difundiu o temor entre os países capitalistas de que a União Soviética poderia ultrapassar o mundo ocidental na corrida pelo desenvolvimento científico e tecnológico, representado pela tecnologia espacial.
O Mark I foi o primeiro computador desenvolvido pela Marinha norte-americana em parceria com a Universidade de Harvard e a IBM, em 1944. No entanto devido a vários problemas técnicos como ruídos muito altos e intensos, acabou sendo extinto.
Em 1946, o Eletronic Numeric Integrador and Calculator (Eniac)  construído pelos Estados Unidos, deu continuidade ao desenvolvimento dessa máquina, sendo duas vezes maior que o Mark I, porém 100 vezes mais rápido. Nessa mesma época, John Von Neumann estabeleceu segundo Valente (1999) a arquitetura básica do computador usado até hoje: memória, unidade central de processamento, dispositivo de entrada e saída de dados.
Durante a década de 70, a Intel Corporation, uma empresa norte-americana que projetou o microprocessador, reuniu em só circuito todas às informações e funções do processador central dando surgimento a unidade Central de processamento, que oportunizou as informações de forma mais eficiente.
Em 1974, de acordo com Valente (1999), o estudante de Harvard Bill Gates, juntamente com Paul Allen, desenvolveu um interpretador BASIC para o Altair, o primeiro modelo de microcomputador. Em 1975, fundou a Microsoft, a maior empresa atual de softwares do mundo.
A Apple foi, de acordo com Netto (2005), o primeiro computador pessoal. O sucesso na área da informática viria com a IBM, que em 1980, resolveu desenvolver microcomputadores de baixo custo lançando seu Personal Computer (PC) e contratando a Microsoft para desenvolver o sistema operacional MS-DOS.
A divulgação de forma mais intensa, assim como a comercialização dos primeiros computadores aconteceu com a criação de programas dedicados à edição de textos, às planilhas à comunicação e outras funções. Profissionais da área administrativa, principalmente passaram a usar o microcomputador como ferramenta de trabalho.
As instituições de ensino passaram a interessar-se pelo uso do computador, no início dos anos 70.

3.1 As novas tecnologias da informação e comunicação (o computador) no  Brasil

De acordo com Valente (1999) o uso do computador no Brasil tem início a partir do inicio da década de 70, na Universidade Federal de São Carlos em um seminário intensivo sobre o uso de computadores no ensino de Física, ministrado por E. Huggins, especialista da Universidade de Dartmouth, EUA. Durante essa Conferência, um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), acoplou, via modem, um terminal no Rio de Janeiro a um computador localizado no campus da USP.
Em 1974 é criado o software BASIC, pelos alunos da Universidade de Campinas. Um ano depois, Seymour Papert e Marvin Minsk visitaram o Brasil, e divulgaram o Programa LOGO, direcionado para crianças.
Segundo Valente (1999), o LOGO, consiste em softwer educativo que proporciona à criança a possibilidade de aprender através da construção de atividades na área de Ciências e Matemática, segundo uma abordagem Construcionista.
A construção do conhecimento através do computador tem sido denominada por Papert de construcionismo. (PAPERT, 2008). Segundo Valente (1999) Papert usou esse termo para mostrar outro nível de construção do conhecimento: a construção do conhecimento que acontece quando o aluno constrói um objeto de seu interesse, como uma obra de arte, um relato de experiência ou um programa de computador.
Na década de 80, a informática educacional no Brasil estava dando seus primeiros passos. A implantação do programa de Informática em Educação teve início com o primeiro e segundo nacional de Informática em Educação em Brasília e na Bahia, encontros que deram origem ao EDUCOM.
O Projeto EDUCOM trabalhava no sentido de fomentar ambientes educacionais usando o computador como recurso facilitador do processo de aprendizagem, onde o aluno fosse capaz de aprender com a ajuda do computador.
No ano de 1991 é criado o Programa Nacional de Informática na Educação (PRONINFE), que substitui o EDUCON. Segundo Netto (2005), o PRONINFE tem como meta desenvolver a informática educativa nas escolas Técnicas Federais do Brasil. Através de Projetos e atividades, articulados e convergentes, apoiados em fundamentação pedagógica sólida e atualizada. O objetivo era capacitar até o final de 1998, 119 Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE) em 27 estados e Distrito Federal.
No ano de 1997 é criado o Programa Nacional de Informática (PROINFO). Segundo Valente (1999), o Proinfo, lançado pelo Ministério da Educação e Desporto e coordenado pela Secretaria da Educação à Distância SEED/MEC, com sede em Brasília, tem como papel principal introduzir as Novas tecnologias da Informação e Comunicação nas escolas públicas do Ensino Fundamental e Médio do Brasil.
O Proinfo tem por objetivo a preparação dos professores para saberem utilizar os computadores, que começaram a ser distribuídos nas escolas da rede pública. Atualmente o Proinfo em São Luís do Maranhão é desenvolvido pelo NTEs, que visa desenvolver suas atividades com base na preparação do professor para o uso das NTIC de forma crítica.
De acordo com Valente (1999), todos os centros de pesquisa do projeto Proinfo atuaram na perspectiva de criar ambientes educacionais, usando o computador como recurso facilitador do processo de aprendizagem.
Do ponto de vista pedagógico o uso dos computadores como recurso pedagógico tradicional reporta ao que seria o paradigma instrucionista, no entanto o computador, conforme nos aponta Valente (1999) pode enriquecer os ambientes de aprendizagem, onde o aluno, interagindo com os objetos desse ambiente, tem chances de construir o seu próprio conhecimento. Este é o paradigma construcionista onde a ênfase está na aprendizagem, na construção do conhecimento e não instrução buscando também o desenvolvimento da autonomia do aluno.
Para Freire (1997) a autonomia do educando é alcançada em uma perspectiva emancipatória, sendo alcançada por meio de diálogo, respeito à diversidade, comprometimento, reflexão critica, tomada de consciência e ética.


AS TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS E EDUCACIONAIS DIANTE DOS AVANÇOS TECNOLÓGICOS


AS TRANSFORMAÇÕES SOCIAIS E EDUCACIONAIS DIANTE DOS AVANÇOS TECNOLÓGICOS

A modernidade, influenciada pela Revolução Industrial, trouxe mudanças a nível econômico capazes de modificar o lócus de trabalho da família do campo para a cidade, a urbanização e a industrialização da sociedade, então em processo, impossibilitaram a preservação do tipo de vida e rural. As máquinas, desenvolvidas através do processo industrial trouxeram ao meio social mudanças significativas nas suas relações de produção, daí a necessidade da divisão do trabalho. (TOFFLER, 1997).
A urbanização acelerada em consonância com o capitalismo industrial cria expectativas com relação à instituição escolar, que necessitava formar um homem domesticado não mais com o tempo atemporal, mais com um tempo ordenado capaz de direcionar o homem fabril para suas funções industriais.
A escola pública foi então, construída para desempenhar e cumprir tal função, direcionada a facilitar a adaptação das novas gerações aos anseios da sociedade industrial.
De acordo com Sacristán (2000) foi dessa forma que a criança na sociedade industrial desenvolveu seu processo de aprendizagem, oprimida em torno de um processo de ensino-aprendizagem industrial.
Desta forma, a escola procura atender as necessidades que emergem com o aparecimento de fábricas, e como afirma Fino (2007, p. xx) “[...] condicionada pela aquisição de um conjunto de atitudes e de valores de interesse inestimável.” Dessa forma, a escola, que era controlada pelo Estado, por meio de normas rígidas, procurava reproduzir o que acontecia nas fábricas.
O modelo de ensino, com vista a uma “educação fabril” teve como objetivo a exigência nos resultados e a busca da eficácia. Sendo assim, este modelo de ensino destinava-se a criação de excelentes “serviçais” para trabalharem nas fábricas e a tornar a sociedade obediente e capaz de responder aos anseios da Revolução Industrial. (TOFFLER, 1997).
Atualmente vivenciamos uma Revolução Tecnológica na área da comunicação, difundida principalmente pelo uso do computador, que teve início através de um Projeto Militar durante a Guerra Fria, difundindo-se por quase todo mundo nos anos 90 e ganhando uma repercussão planetária jamais vista na sociedade contemporânea.
Conforme afirma Dellors (2000), essa difusão operou uma revolução profunda no mundo da comunicação, caracterizada, em particular, pelo aparecimento de dispositivos multimídia e por uma ampliação extraordinária das redes telemáticas.
Essa Revolução Tecnológica constitui, evidentemente, um elemento essencial para a compreensão da nossa modernidade, na medida em que cria novas formas de socialização e, até mesmo, novas definições de como ensinar e aprender no âmbito escolar.
A evolução da ciência e da tecnologia em geral, e especialmente a da comunicação, segundo Grinspun (1999) tem estimulado e ao mesmo tempo, causado um processo de transformação amplo na sociedade. A televisão, o computador, o cinema, por exemplo, influenciaram significantemente no contexto social, inclusive familiar, nas relações afetivas, e na maneira como as pessoas se vestem provocando mudanças de hábitos e comportamentos, condicionando gostos, preferências e sensações.
Para Libâneo (2008) a escola de hoje precisa formar indivíduos capazes de pensar e de aprender permanentemente (formação permanente) em um contexto de avanço de tecnologias de produção, de modificação da organização do trabalho, das relações contratuais entre capital-trabalho e dos tipos de emprego. Não apenas conviver com outras modalidades de educação não formal, informal e profissional, mas também articular-se e integrar a elas, a fim de formar cidadãos mais preparados e qualificados para um nova sociedade.
Portanto, criar ambientes educativos, construir o conhecimento em conjunto com o aluno como forma de romper com os paradigmas da sociedade industrial e criar mecanismos que favoreça uma compreensão da escola como entidade sociocultural, faz-se necessário nessa nova sociedade da informação.              
Segundo Santomé (1998) torna-se cada vez mais evidente o fato de que a Revolução Tecnológica esta favorecendo o surgimento de uma nova sociedade, marcada pela técnica, pela informação e pelo conhecimento.
Conseqüentemente, no âmbito dos sistemas de ensino e das escolas, procura-se reproduzir a lógica da competição e as regras do mercado, com a formação de um mercado educacional baseado nos resultados da produtividade.
Nesse sentido, a organização escolar deve ser capaz de proporcionar aos educando a aprendizagem dos conteúdos construídos pela sociedade, dando-lhe condições para a criação, construção do conhecimento e para o desenvolvimento de suas potencialidades. Dessa forma não se pode pensar em mudanças educacionais ou mesmo na escola, se não tivermos em mente todas as questões envolvidas com esse processo, como o novo papel do aluno e do professor.
Segundo Carneiro (1998, p. 9):

Na perspectiva da construção do saber, da idéia estanque de conteúdo aprendido, evoluiu-se para a noção de capacidade para a inovação. Em decorrência, a educação era instada a buscar novos paradigmas capazes de preparar trabalhadores com alta qualificação, íntimos de tecnologias nascentes. Aprender a lição passou a ser pensar, criar, imaginar e, não, memorizar apenas.

Portanto, evidencia-se a necessidade de instaurar uma educação pautada em uma perspectiva inovadora contribuindo para a construção de um cidadão que participe ativamente da sociedade da informação e não apenas um homem para o mercado de trabalho. Para tanto, é preciso que a escola possibilite que os alunos tenham acesso as Novas Tecnologias da Informação e Comunicação das mais simples as mais sofisticadas, tornando viável o desenvolvimento e a construção de suas ações com todos esses elementos.
Segundo Valente (1999) são consideradas NTIC, entre outras:
a)    os computadores pessoais (PCs, personal computers),  as câmeras de vídeo e foto para computador ou webcams ,a gravação doméstica de CDs e DVDs;
b)    os diversos suportes para guardar e portar dados como os disquetes (com os tamanhos mais variados), discos rígidos ou hds, cartões de memória, pendrives, zipdrives e assemelhados;
c)    a telefonia móvel (telemóveis ou telefones celulares), a TV por assinatura, TV a cabo,  por antena parabólica;
d)    o correio eletrônico (e-mail), as listas de discussão (mailing lists), a internet;
e)    a world wide web (principal interface gráfica da internet), os websites e home pages;
f)     os quadros de discussão (message boards), o streaming (fluxo contínuo de áudio e vídeo via internet);
g)    o podcasting (transmissão sob demanda de áudio e vídeo via internet) esta enciclopédia colaborativa, a wikipedia, possível graças à Internet, à www e à invenção do wiki;
h)   as tecnologias digitais de captação e tratamento de imagens e sons, a captura eletrônica ou digitalização de imagens (scanners);
i)     a fotografia digital, o , o cinema digital (da captação à exibição), a tv e o radio digital, as tecnologias de acesso remoto (sem fio ou wireless), o Wi-Fi  e o Bluetooth.
Entendemos que o profissional da educação tem neste século uma responsabilidade ímpar, que é fazer com que cada aluno (cidadão) tenha acesso as informações sobre o mundo. Com capacidade de compreendê-las e articulá-las visando o bem comum, onde o papel da escola e do professor não se reduz a mera transmissão de conhecimentos, mas sim de transformar o aluno em sujeito de sua própria aprendizagem tendo como mediação a comunicação, o diálogo, à pesquisa, a criatividade e a reflexão.



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O Projeto Quilombo foi pensado em 2014 por três professoras do Liceu Maranhense, sendo duas professoras da disciplina História, a profess...