sábado, 31 de março de 2018

PERCURSO HISTÓRICO DAS NOVAS TECNOLOGIAS DA INFORMAÇÃO E COMUNICAÇÃO NA EDUCAÇÃO (O COMPUTADOR)


O homem sempre procurou produzir mais com menor esforço e criou as máquinas para a simplificação e a evolução do trabalho humano. A invenção da máquina de calcular, por Blaise Pascal, que realizava operações de soma e subtração, a primeira máquina a vapor, por James Watt, durante a Revolução Industrial, dentre outras descobertas, inauguram um o desenvolvimento científico experimentado pela humanidade, produzindo conhecimentos a uma velocidade jamais experimentada antes na história.
O ensino através da informática tem suas raízes, segundo Valente (1999), através das máquinas. Esta idéia foi usada por Dr. Sidney Pressey em 1924 que inventou uma maquina para corrigir testes de múltipla escolha. Essa idéia foi posteriormente reelaborada por B.F.Skinner que no ano de 1950, como professor de Harvard, propôs uma máquina de ensinar usando o conceito de instrução programada.
De acordo com Netto (2005), a instrução programada consiste em levar o estudante a responder módulos seqüenciais, se a resposta está correta aluno pode passar para o próximo módulo. Se a resposta está errada, o aluno é convidado a rever os módulos anteriores ou, ainda, a realizar outros módulos, o objetivo é remediar o processo de ensino.
O crescente avanço da tecnologia utilizada na criação das máquinas chamou a atenção dos militares norte-americanos, que, interessados no poder que essas máquinas poderiam trazer em longo prazo, empregaram vultosos investimentos em pesquisas e projetos sobre computadores.
Durante a 2º Guerra Mundial, os militares começaram a ter os primeiros resultados desses investimentos. O “efeito Sputnik”, segundo Netto (2005), assim batizado por causa do lançamento do satélite soviético Sputnik, em1957, difundiu o temor entre os países capitalistas de que a União Soviética poderia ultrapassar o mundo ocidental na corrida pelo desenvolvimento científico e tecnológico, representado pela tecnologia espacial.
O Mark I foi o primeiro computador desenvolvido pela Marinha norte-americana em parceria com a Universidade de Harvard e a IBM, em 1944. No entanto devido a vários problemas técnicos como ruídos muito altos e intensos, acabou sendo extinto.
Em 1946, o Eletronic Numeric Integrador and Calculator (Eniac)  construído pelos Estados Unidos, deu continuidade ao desenvolvimento dessa máquina, sendo duas vezes maior que o Mark I, porém 100 vezes mais rápido. Nessa mesma época, John Von Neumann estabeleceu segundo Valente (1999) a arquitetura básica do computador usado até hoje: memória, unidade central de processamento, dispositivo de entrada e saída de dados.
Durante a década de 70, a Intel Corporation, uma empresa norte-americana que projetou o microprocessador, reuniu em só circuito todas às informações e funções do processador central dando surgimento a unidade Central de processamento, que oportunizou as informações de forma mais eficiente.
Em 1974, de acordo com Valente (1999), o estudante de Harvard Bill Gates, juntamente com Paul Allen, desenvolveu um interpretador BASIC para o Altair, o primeiro modelo de microcomputador. Em 1975, fundou a Microsoft, a maior empresa atual de softwares do mundo.
A Apple foi, de acordo com Netto (2005), o primeiro computador pessoal. O sucesso na área da informática viria com a IBM, que em 1980, resolveu desenvolver microcomputadores de baixo custo lançando seu Personal Computer (PC) e contratando a Microsoft para desenvolver o sistema operacional MS-DOS.
A divulgação de forma mais intensa, assim como a comercialização dos primeiros computadores aconteceu com a criação de programas dedicados à edição de textos, às planilhas à comunicação e outras funções. Profissionais da área administrativa, principalmente passaram a usar o microcomputador como ferramenta de trabalho.
As instituições de ensino passaram a interessar-se pelo uso do computador, no início dos anos 70.

3.1 As novas tecnologias da informação e comunicação (o computador) no  Brasil

De acordo com Valente (1999) o uso do computador no Brasil tem início a partir do inicio da década de 70, na Universidade Federal de São Carlos em um seminário intensivo sobre o uso de computadores no ensino de Física, ministrado por E. Huggins, especialista da Universidade de Dartmouth, EUA. Durante essa Conferência, um grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), acoplou, via modem, um terminal no Rio de Janeiro a um computador localizado no campus da USP.
Em 1974 é criado o software BASIC, pelos alunos da Universidade de Campinas. Um ano depois, Seymour Papert e Marvin Minsk visitaram o Brasil, e divulgaram o Programa LOGO, direcionado para crianças.
Segundo Valente (1999), o LOGO, consiste em softwer educativo que proporciona à criança a possibilidade de aprender através da construção de atividades na área de Ciências e Matemática, segundo uma abordagem Construcionista.
A construção do conhecimento através do computador tem sido denominada por Papert de construcionismo. (PAPERT, 2008). Segundo Valente (1999) Papert usou esse termo para mostrar outro nível de construção do conhecimento: a construção do conhecimento que acontece quando o aluno constrói um objeto de seu interesse, como uma obra de arte, um relato de experiência ou um programa de computador.
Na década de 80, a informática educacional no Brasil estava dando seus primeiros passos. A implantação do programa de Informática em Educação teve início com o primeiro e segundo nacional de Informática em Educação em Brasília e na Bahia, encontros que deram origem ao EDUCOM.
O Projeto EDUCOM trabalhava no sentido de fomentar ambientes educacionais usando o computador como recurso facilitador do processo de aprendizagem, onde o aluno fosse capaz de aprender com a ajuda do computador.
No ano de 1991 é criado o Programa Nacional de Informática na Educação (PRONINFE), que substitui o EDUCON. Segundo Netto (2005), o PRONINFE tem como meta desenvolver a informática educativa nas escolas Técnicas Federais do Brasil. Através de Projetos e atividades, articulados e convergentes, apoiados em fundamentação pedagógica sólida e atualizada. O objetivo era capacitar até o final de 1998, 119 Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE) em 27 estados e Distrito Federal.
No ano de 1997 é criado o Programa Nacional de Informática (PROINFO). Segundo Valente (1999), o Proinfo, lançado pelo Ministério da Educação e Desporto e coordenado pela Secretaria da Educação à Distância SEED/MEC, com sede em Brasília, tem como papel principal introduzir as Novas tecnologias da Informação e Comunicação nas escolas públicas do Ensino Fundamental e Médio do Brasil.
O Proinfo tem por objetivo a preparação dos professores para saberem utilizar os computadores, que começaram a ser distribuídos nas escolas da rede pública. Atualmente o Proinfo em São Luís do Maranhão é desenvolvido pelo NTEs, que visa desenvolver suas atividades com base na preparação do professor para o uso das NTIC de forma crítica.
De acordo com Valente (1999), todos os centros de pesquisa do projeto Proinfo atuaram na perspectiva de criar ambientes educacionais, usando o computador como recurso facilitador do processo de aprendizagem.
Do ponto de vista pedagógico o uso dos computadores como recurso pedagógico tradicional reporta ao que seria o paradigma instrucionista, no entanto o computador, conforme nos aponta Valente (1999) pode enriquecer os ambientes de aprendizagem, onde o aluno, interagindo com os objetos desse ambiente, tem chances de construir o seu próprio conhecimento. Este é o paradigma construcionista onde a ênfase está na aprendizagem, na construção do conhecimento e não instrução buscando também o desenvolvimento da autonomia do aluno.
Para Freire (1997) a autonomia do educando é alcançada em uma perspectiva emancipatória, sendo alcançada por meio de diálogo, respeito à diversidade, comprometimento, reflexão critica, tomada de consciência e ética.


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