O
homem sempre procurou produzir mais com menor esforço e criou as máquinas para
a simplificação e a evolução do trabalho humano. A invenção da máquina de calcular,
por Blaise Pascal, que realizava operações de soma e subtração, a primeira
máquina a vapor, por James Watt, durante a Revolução Industrial, dentre outras
descobertas, inauguram um o desenvolvimento científico experimentado pela
humanidade, produzindo conhecimentos a uma velocidade jamais experimentada
antes na história.
O
ensino através da informática tem suas raízes, segundo Valente (1999), através
das máquinas. Esta idéia foi usada por Dr. Sidney Pressey em 1924 que inventou
uma maquina para corrigir testes de múltipla escolha. Essa idéia foi
posteriormente reelaborada por B.F.Skinner que no ano de 1950, como professor
de Harvard, propôs uma máquina de ensinar usando o conceito de instrução
programada.
De
acordo com Netto (2005), a instrução programada consiste em levar o estudante a
responder módulos seqüenciais, se a resposta está correta aluno pode passar
para o próximo módulo. Se a resposta está errada, o aluno é convidado a rever
os módulos anteriores ou, ainda, a realizar outros módulos, o objetivo é
remediar o processo de ensino.
O
crescente avanço da tecnologia utilizada na criação das máquinas chamou a
atenção dos militares norte-americanos, que, interessados no poder que essas
máquinas poderiam trazer em longo prazo, empregaram vultosos investimentos em
pesquisas e projetos sobre computadores.
Durante
a 2º Guerra Mundial, os militares começaram a ter os primeiros resultados
desses investimentos. O “efeito Sputnik”, segundo Netto (2005), assim batizado
por causa do lançamento do satélite soviético Sputnik, em1957, difundiu o temor
entre os países capitalistas de que a União Soviética poderia ultrapassar o
mundo ocidental na corrida pelo desenvolvimento científico e tecnológico,
representado pela tecnologia espacial.
O
Mark I foi o primeiro computador desenvolvido pela Marinha norte-americana em
parceria com a Universidade de Harvard e a IBM, em 1944. No entanto devido a vários
problemas técnicos como ruídos muito altos e intensos, acabou sendo extinto.
Em
1946, o Eletronic Numeric Integrador and Calculator (Eniac) construído pelos Estados Unidos, deu
continuidade ao desenvolvimento dessa máquina, sendo duas vezes maior que o
Mark I, porém 100 vezes mais rápido. Nessa mesma época, John Von Neumann estabeleceu
segundo Valente (1999) a arquitetura básica do computador usado até hoje:
memória, unidade central de processamento, dispositivo de entrada e saída de
dados.
Durante
a década de 70, a
Intel Corporation, uma empresa norte-americana que projetou o microprocessador,
reuniu em só circuito todas às informações e funções do processador central
dando surgimento a unidade Central de processamento, que oportunizou as
informações de forma mais eficiente.
Em
1974, de acordo com Valente (1999), o estudante de Harvard Bill Gates,
juntamente com Paul Allen, desenvolveu um interpretador BASIC para o Altair, o
primeiro modelo de microcomputador. Em 1975, fundou a Microsoft, a maior
empresa atual de softwares do mundo.
A
Apple foi, de acordo com Netto (2005), o primeiro computador pessoal. O sucesso
na área da informática viria com a IBM, que em 1980, resolveu desenvolver
microcomputadores de baixo custo lançando seu Personal Computer (PC) e
contratando a Microsoft para desenvolver o sistema operacional MS-DOS.
A
divulgação de forma mais intensa, assim como a comercialização dos primeiros
computadores aconteceu com a criação de programas dedicados à edição de textos,
às planilhas à comunicação e outras funções. Profissionais da área
administrativa, principalmente passaram a usar o microcomputador como
ferramenta de trabalho.
As
instituições de ensino passaram a interessar-se pelo uso do computador, no início
dos anos 70.
3.1 As novas
tecnologias da informação e comunicação (o computador) no Brasil
De
acordo com Valente (1999) o uso do computador no Brasil tem início a partir do inicio da década de 70, na Universidade Federal
de São Carlos em um seminário intensivo sobre o uso de computadores no ensino
de Física, ministrado por E. Huggins, especialista da Universidade de
Dartmouth, EUA. Durante essa Conferência, um
grupo de pesquisadores da Universidade de São Paulo (USP), acoplou, via modem,
um terminal no Rio de Janeiro a um computador localizado no campus da USP.
Em
1974 é criado o software BASIC, pelos alunos da Universidade de Campinas. Um
ano depois, Seymour Papert e Marvin Minsk visitaram o Brasil, e divulgaram o
Programa LOGO, direcionado
para crianças.
Segundo
Valente (1999), o LOGO, consiste em softwer educativo que proporciona à criança
a possibilidade de aprender através da construção de atividades na área de
Ciências e Matemática, segundo uma abordagem Construcionista.
A
construção do conhecimento através do computador tem sido denominada por Papert
de construcionismo. (PAPERT, 2008). Segundo Valente (1999) Papert usou esse
termo para mostrar outro nível de construção do conhecimento: a construção do
conhecimento que acontece quando o aluno constrói um objeto de seu interesse,
como uma obra de arte, um relato de experiência ou um programa de computador.
Na
década de 80, a
informática educacional no Brasil estava dando seus primeiros passos. A
implantação do programa de Informática em Educação teve início com o primeiro e
segundo nacional de Informática em Educação em Brasília e na Bahia, encontros
que deram origem ao EDUCOM.
O
Projeto EDUCOM trabalhava no sentido de fomentar ambientes educacionais usando
o computador como recurso facilitador do processo de aprendizagem, onde o aluno
fosse capaz de aprender com a ajuda do computador.
No
ano de 1991 é criado o Programa Nacional de Informática na Educação (PRONINFE),
que substitui o EDUCON. Segundo Netto (2005), o PRONINFE tem como meta
desenvolver a informática educativa nas escolas Técnicas Federais do Brasil. Através
de Projetos e atividades, articulados e convergentes, apoiados em fundamentação
pedagógica sólida e atualizada. O objetivo era capacitar até o final de 1998,
119 Núcleos de Tecnologia Educacional (NTE) em 27 estados e Distrito Federal.
No
ano de 1997 é criado o Programa Nacional de Informática (PROINFO). Segundo
Valente (1999), o Proinfo, lançado pelo Ministério da Educação e Desporto e
coordenado pela Secretaria da Educação à Distância SEED/MEC, com sede em
Brasília, tem como papel principal introduzir as Novas tecnologias da
Informação e Comunicação nas escolas públicas do Ensino Fundamental e Médio do Brasil.
O
Proinfo tem por objetivo a preparação dos professores para saberem utilizar os
computadores, que começaram a ser distribuídos nas escolas da rede pública.
Atualmente o Proinfo em São
Luís do Maranhão é desenvolvido pelo NTEs, que visa
desenvolver suas atividades com base na preparação do professor para o uso das
NTIC de forma crítica.
De
acordo com Valente (1999), todos os centros de pesquisa do projeto Proinfo
atuaram na perspectiva de criar ambientes educacionais, usando o computador
como recurso facilitador do processo de aprendizagem.
Do
ponto de vista pedagógico o uso dos computadores como recurso pedagógico
tradicional reporta ao que seria o paradigma instrucionista, no entanto o
computador, conforme nos aponta Valente (1999) pode enriquecer os ambientes de
aprendizagem, onde o aluno, interagindo com os objetos desse ambiente, tem
chances de construir o seu próprio conhecimento. Este é o paradigma
construcionista onde a ênfase está na aprendizagem, na construção do
conhecimento e não instrução buscando também o desenvolvimento da autonomia do
aluno.
Para
Freire (1997) a autonomia do educando é alcançada em uma perspectiva emancipatória,
sendo alcançada por meio de diálogo, respeito à diversidade, comprometimento,
reflexão critica, tomada de consciência e ética.
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