quarta-feira, 16 de agosto de 2017

A representação do negro no Liceu Maranhense


1.     INTRODUÇÃO

Este artigo trata sobre a cultura negra, identidade, educação e a representação do negro no cotidiano escolar. Trata de uma revisão de literatura, descritiva, exploratória, de abordagem qualitativa, com pesquisa de campo por meio de questionário com alunos e professores de uma escola pública do Ensino Médio de São Luís. Tem como objetivo identificar os elementos históricos das culturas de matrizes africanas, aproximando o universo religioso no Brasil. Nos resultados percebe-se que cerca de (58%) dos alunos questionados é do sexo feminino, e 42% é do sexo masculino, quanto a distribuição dos entrevistados por faixa etária, temos 60% dos alunos questionados estão na faixa etária de 14 a 16 anos e 40% destes entre 17 a 19 anos. Destes, (54%) dos professores questionados é sexo feminino e (46%) do sexo masculino e quanto a idade dos professores 73% acima dos 40 anos.
Fez um breve histórico da situação dos negros, destacando a desigualdade social, a educação, a discriminação, a violência e a falta de oportunidade na social.
Utilizamos um questionário para identificarmos a situação da nossa escola, quanto as questões sociais dos alunos e professores e a Lei 11.645/08, que torna obrigatório o ensino da história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e particulares, do ensino fundamental até o ensino médio, ressaltando  em sala de aula a cultura afro-brasileira como constituinte e formadora da sociedade brasileira, na qual os negros são considerados como sujeitos históricos, valorizando-se, portanto, o pensamento e as ideias de importantes intelectuais negros brasileiros, a cultura (música, culinária, dança) e as religiões de matrizes africanas.

2.     A REPRESENTAÇÃO DO NEGRO NO LICEU MARANHENSE

O Brasil atualmente possui a maior população negra fora da África, e os negros que vieram para cá no período da colonização eram de várias nações e diversas regiões daquele continente, e cada um desses grupos possuía sua própria cultura, tais como: danças, músicas, alimentação, língua, lutas, religiões e seus rituais. E ao chegarem na condição de trabalhadores escravos se misturaram com os membros desses grupos, e com a convivência entre si, estes foram adaptando partes dos conhecimentos dos outros, onde podemos observar grande influência dessa cultura, principalmente na região Nordeste (Portal Brasil, 2009).
Apesar de ter sido um dos pais que mais recebeu os negros até hoje ainda não conseguiu diminuir o quadro de extrema desigualdade entre os grupos étnico-raciais negro e branco. O alto índice de miscigenação entre os brasileiros não inibe o preconceito e exclusão social.
Diante disso, confirmamos os dados da (revista guia do estudante, 2016), que apresenta os seguintes indicadores:

2.1      DESIGUALDADES SOCIAIS: em 2014 a população negra correspondia a 53,6%, mesmo sendo a maioria possuem menos oportunidades na sociedade brasileira;

2.2      EDUCAÇÃO: em 2014 os estudantes negros entre 18 e 24 anos, cerca de 45,5% estavam na faculdade, enquanto em 2005 eram 18,5%, já os estudantes brancos em 2014, cerca 71,4% estavam na faculdade enquanto em 2005 eram 51,5%;

2.3      DISCRIMINAÇÃO: existem, proporcionalmente, mais negros e (53,6% no Brasil que a soma dos brancos, amarelos e indígenas.

Segundo (Souza; Lopes;Santos, 2007): “A África é tida pejorativamente apenas como a terra da macumba, da capoeira, do tambor, ou ainda, como o lugar onde se buscavam os escravos, o cenário da expansão colonial”.

Diante disso, para os negros estar em sintonia com a África era estar em contato com tudo que os lembrasse das regiões de onde foram retirados ou ainda de outras regiões que poderiam na África ser diferente e até mesmo rivais, mas aqui faziam parte de um mesmo grupo que se fortalecia perante as adversidades.

Como afirma o geógrafo (Santos, 1997): “ A escravidão marcou o território, marcou os espíritos e marca ainda hoje as relações sociais deste país. Mas é também um modelo cívico subordinado à economia, uma das desgraças deste país”.

A introdução da população negra na sociedade brasileira ocorreu através do trabalho, sendo a base da organização econômica e da convivência familiar, social e cultural, destacando os estados do: Maranhão, Pernambuco, Alagoas, Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do Sul.

Segundo Lima, 2016, um pais da diáspora que mesmo diante deste cenário ainda não aprendeu a conviver e respeitar a diversidade.

Por meio de pressão e atuação incessantes, o movimento negro tem denunciado as condições de vida da população negra brasileira, evidenciando, que o acesso e a permanência dos alunos negros no sistema educacional são rodeados por uma inúmeras dificuldades e desigualdades. Tais constatações obrigaram o Estado a construir políticas públicas de combate a essas desigualdades sociais e educacionais, instituindo a obrigatoriedade do ensino de história e cultura africanas e afro-brasileiras

2.4      ASPECTOS CULTURAIS

A cultura afro-brasileira é uma das que mais se destacam no cenário do sincretismo religioso no Brasil.
A música e a dança dos descendentes africanos são exemplos vivos do que é o patrimônio cultural do continente negro amadurecido ao longo do milênio. Uma história antiga e valiosa vista através da música, da dança, do teatro, do artesanato, da indumentária e das tradições.

2.5      MÚSICA E DANÇA

A principal influência da música africana no Brasil é, sem dúvidas, o samba, mas os tambores de África trouxeram também outros cantos e danças. Além do samba, a influência negra na cultura musical brasileira vai do Maracatu à Congada, Cavalhada e Moçambique. Sons e ritmos que percorrem e conquistam o Brasil de ponta a ponta.
É importante destacar o papel do atabaque, segundo (Verger, 2000, p-25) afirma que: “os atabaques desempenham, nesses cultos, um papel essencial. São, para os negros, muito mais do que meros instrumentos musicais que servem para acompanhar as cantigas e danças 143 religiosas”.
 Vale salientar que o Tambor de Crioula do Maranhão é uma forma de expressão de matriz afro-brasileira, destacando a dança circular, canto e percussão de tambores, praticado especialmente em louvor a São Benedito, ocorrendo na maioria dos municípios do Maranhão. O tambor de crioula é um Patrimônio imaterial Cultural do Brasil inclui-se entre as expressões do que se convencionou chamar de samba, derivadas, originalmente, do batuque, assim como o jongo no Sudeste, o samba de roda do Recôncavo Baiano, o coco no Nordeste e algumas modalidades do samba carioca. Além de sua origem comum, constatam-se, entre essas expressões do samba, traços convergentes na polirritmia dos tambores, no ritmo sincopado, nos principais movimentos coreográficos e na umbigada (IPHAN, 2016).

2.6      CAPOEIRA

Inicialmente desenvolvida para ser uma defesa, a capoeira era ensinada aos negros cativos por escravos que eram capturados e voltavam aos engenhos.
Os movimentos de luta foram adaptados às cantorias africanas e ficaram mais parecidos com uma dança, permitindo assim que treinassem nos engenhos sem levantar suspeitas dos capatazes.
No rastro do samba, a capoeira e as religiões afro-brasileiras também ganharam terreno. Antes considerada atividade de marginais, a capoeira seria alçada a autêntico esporte nacional, para o que muito contribuiu a atuação do baiano Mestre Bimba, criador da chamada capoeira regional.
A Capoeira é hoje Patrimônio Cultural Brasileiro e recebeu, em novembro de 2014, o título de Patrimônio Cultural Imaterial da Humanidade.

2.7      RELIGIÃO

A África é o continente com mais religiões diferentes de todo o mundo. Ainda hoje são descobertos novos cultos e rituais sendo praticados pelas tribos mais afastadas.
A dispersão dos escravos no território nacional, pressão social e religiosa dos brancos, negros guardaram secretamente, suas religiões como: candomblé, macumba, xangó, tambor, batuque ou parás.
O Candomblé, a mais tradicional das religiões africanas, originou-se no Nordeste, especialmente na Bahia destacando as tradições religiosas afro-brasileiras. Além do candomblé temos muitas outras religiões afro: Umbanda, Quimbanda, Batuque, Tambor de Mina, Xangô etc;. Em vários estados brasileiros surgiram práticas religiosas afro: Batuque no Rio Grande do Sul, Tambor de Mina no Maranhão e Pará, Macumba no Rio de janeiro, Umbanda em são Paulo, Xangô em Pernambuco e Alagoas.
O Candomblé aceita todos os indivíduos da sociedade, segundo (PRANDI, 1995 - 96, p. 82), independentemente da cor da pele, das ideologias políticas e partidárias: “Isso mostra como o Candomblé aceita o mundo, mesmo quando ele é o mundo da rua, da prostituição, dos que já cruzaram as portas da prisão. O Candomblé não discrimina o bandido, a adúltera, o travesti e todo tipo de rejeitado social”
O termo candomblé denomina diversos ritos com diferentes ênfases culturais, aos quais os seguidores dão o nome de “nações” (Lima, 1984). Assim temos que as culturas africanas que foram as principais fontes culturais para as atuais, chamadas de “nações” de candomblé vieram da área cultural banto, região dos atuais países da Angola, Congo, Gabão, Zaire e Moçambique e da região sudanesa do Golfo da Guiné, que teve a contribuição dos iorubás e dos ewê-fons, onde situam-se hoje aos atuais território da Nigéria e Benin. (Cultura Afro-Brasileira, 2009).
Também temos a filosofia africana, chamada Ubuntu, que segundo (LUZ, 2014), afirma que no âmbito político, o conceito serve  para destacar a necessidade da união e do consenso nas tomadas de decisão, bem como na ética humanitária.
Já no aspecto religioso, está fundamentado na máxima zulu, correspondente  uma das 11 línguas oficiais da África do Sul, onde  umuntu ngumuntu ngabantu, significa que  uma pessoa é uma pessoa através de outras pessoas que, aparentemente, parece não ter conotação religiosa na sociedade ocidental, mas está ligada à ancestralidade africana. A ideia de ubuntu inclui respeito pela religiosidade, individualidade e particularidade dos outros.

2.8      CULINÁRIA

Outra grande contribuição da cultura africana se mostra à mesa. Pratos como o vatapá, acarajé, caruru, mungunzá, sarapatel, baba de moça, cocada, bala de coco, cuscuz, feijoada e muitos outros exemplos são iguarias da cozinha brasileira e admirados em todo o mundo.

2.9      RACISMO

O racismo, que se alicerçou  ao longo  da história da sociedade brasileira, permanece até hoje, formado pelos ideais da elite economicamente dominante estabeleceu, com o intuito de legitimar a escravidão e a constituição de relações sociais no Brasil, após a abolição, observando-se a “ideologia de dominação racial”, procurando justificar o porquê da escravidão; e o  é o “mito da democracia racial”, procurando esconder as consequências dessa escravidão para  o negro brasileiro e desigualdades raciais no Brasil.
A questão racial é, portanto, um obstáculo a que o homem se emancipe das amarras que o reduzem à condição de coisa, de animal de trabalho, de ser que não desfruta plenamente as possibilidades de libertação que o próprio homem cria. Temos uma questão racial porque é em nome dela que um número enorme de seres humanos está privado de igualdade e de direitos. A questão racial aprisiona e imobiliza a própria condição humana possível, a virtualidade que não se cumpre em relação a todos, não só ao negro (MARTINS, 2007, p. 98).
“Ser negro no Brasil é, pois, com frequência, ser objeto de um olhar enviesado. A chamada boa sociedade parece considerar que há um lugar predeterminado, lá em baixo, para os negros e assim tranquilamente se comporta. Logo, tanto é incômodo haver permanecido na base da pirâmide social quanto haver subido na vida”(SANTOS, 2000).

2.10   VIOLÊNCIA E DESIGUALDADE RACIAL

Segundo o (guia do estudante, 2016) o perfil da vítima de homicídio no Brasil está em cada Homem, jovem, negro e pouco escolarizado, destacando o pico de homicídios para os homens com 21 anos, pretos e pardos, possuindo 147% mais chances de serem assassinados em relação a indivíduos brancos, amarelos e indígenas.
 Segundo o relatório Violência Letal contra as Crianças e Adolescentes do Brasil, elaborado pela Faculdade Latino-Americana de Ciências Sociais, a cada 24 horas, 29 crianças e adolescentes entre 1 e 19 anos de idade são assassinados no Brasil,. A grande maioria das vítimas é negra. Ao final de um ano, a contagem chega a 10.520 vítimas fatais. E o mais assustador é que no período de 1980 a 2013 este número cresceu 475%, e segue em tendência de alta. Se analisada a taxa de homicídios por 100.000 habitantes, o aumento foi de 426%, de 3,1 para 16,3. A Organização das Nações Unidas (ONU) considera como epidêmicas taxas acima de 10. Comparado com outros 85 países, o Brasil fica em 3º lugar no ranking de homicídios de crianças e adolescentes.
Em 2013, no conjunto da população de até 17 anos de idade, a taxa de homicídios de brancos foi de 4,7 por 100.000, enquanto que a de negros, 13,1. Proporcionalmente, morreram quase três vezes mais negros que brancos.

2.11   PARTICIPAÇÃO DOS NEGROS ENTRE OS MAIS POBRES AUMENTAM

Segundo o IBGE, 2015, na população que forma o grupo 10% mais pobre, com renda média de R$ 130 por pessoa na família, os negros continuam majoritária e 4m 2004, 73,2% dos mais pobres eram negros, patamar que aumentou para 76% em 2014. Os brancos eram 26,5% dos mais pobres em 2004 e sua participação nessa fatia da população caiu para 22,8% em 2014.
E afirma ainda que se considerada a população total de negros no Brasil, 38,5% deles estavam entre os 30% mais pobres da população em 2014, valor inferior aos 41,6% registrados em 2004. Houve um aumento da proporção de brancos que se encaixam nessa faixa de renda: de 19,1% em 2004 para 19,8%.

3.     RESULTADO E DISCUSSÃO

Estudo de revisão de literatura, descritiva, exploratória, de abordagem qualitativa, considerando a amostra da pesquisa de 15 artigos e a pesquisa de campo com entrevistas com alunos e professores de uma escola pública do Ensino Médio de São Luís. Este trata sobre a cultura negra, identidade, questões sociais dos negros, educação e sua representação social. Os questionários foram aplicados a 166 alunos das 1ª, 2ª e 3ª séries do Ensino Médio do turno vespertino e 15 professores no período agosto a setembro de 2016.
Os dados coletados foram tabulados em tabela de Word, para melhor visualização dos resultados, levando em consideração os temas propostos.
Após a descrição dos dados foram submetidos à discussão e análise de resultados, (conforme Gráfico1).

Gráfico1- Distribuição dos alunos por série, sexo, faixa etária (2016).

Nota-se que 166 alunos foram entrevistados e na análise do perfil destes alunos é interessante observar que 57(35%) dos alunos questionados responderam estão cursando a 1ª série e pertencem a faixa etária de 14 a 16 anos; 26 (46%) do sexo masculino, 27(48%) do sexo feminino, 2 alunos que se autodeclaram sexo alternativo (4%) e 1 alunos entre 15 a 17 anos que se autodeclarou sexo alternativo (2%). Os entrevistados da 2ª série do ensino médio foram 59, entre a faixa etária de 14 a 16 anos 15 (26%) do sexo masculino e 21 (36%) do sexo feminino, já entre 15 a 17 anos, 13 (22 %) são do sexo masculino e 9 (15%) do sexo feminino e 1(1%) alunos entre 15 a 17 anos sexo alternativo. Os jovens entrevistados na 3ª série do ensino médio foram 50, entre a faixa etária de 14 a 16 anos 02 (4%) do sexo masculino e 07 (14%) do sexo feminino, já entre 15 a 17 anos, 10 (20%) são do sexo masculino e 30 (60%) do sexo feminino. No total geral tivemos entre a faixa etária de 14 a 16 anos 43(26%) do sexo masculino e 55 (33%) do sexo feminino e alternativo 2(1%) e entre 17 a 19 anos 23(14%) do sexo masculino e 39(23%) do sexo feminino e 04 (3%) alternativo. Percebe-se pelo gráfico 1 que cerca de (60 %) dos alunos é do sexo feminino, e 40% é do sexo masculino  

Gráfico2- Distribuição dos professores por sexo, faixa etária e área do conhecimento (2016).


O gráfico 2, destaca que 15 professores se colocaram à disposição para participar da pesquisa, respondendo ao questionário, sendo que 8 (53%) professores do sexo feminino e 7 (47%) do sexo masculino, tendo 1 (7%) professor do sexo feminino na faixa etária de 25 a 29 anos, 3 (20%) na faixa etária de 30 a 35 anos e 11 (73%) com mais de 40 anos. Já quanto a disciplina que leciona, tivemos 3 de História, sendo 1 do sexo masculino e 2 do feminino, 2 de Inglês do sexo feminino, 2 de Física do sexo masculino, 2 de Filosofia do sexo masculino, 2 de Biologia, sendo 1 o sexo masculino e 1 (6,66%) feminino, 1 (6,66%) de Português, Artes e Química do sexo feminino e 1 (6,66%) de Matemática do sexo masculino.
Pode ser observado que os homens, estão mais concentrados na área da Natureza e as mulheres estão mais concentradas nas áreas de Linguagem e Humanas.
Esta parte analisamos a questão cultural, racismo cotas, questões sociais sobre violência, desigualdade sociais, a partir destas, os professores e alunos irão responder as questões que tem com resultado o perfil da nossa escola quanto a questões sociais do negro, sendo que estas duas primeiras perguntas foram dirigidas apenas aos professores:
1a) Como é estudada a trajetória histórica do negro na sua escola?
Observamos que 02 professores responderam que deve ser trabalhada no Dia da Abolição da Escravatura, em agosto, mês do folclore, e no Dia da Consciência Negra; 12 professores como conteúdo, nas várias áreas que possibilitam tratar o assunto e 01 professor não deve ser estudada em nenhum momento
1b) O trato das questões raciais: 07 professores responderam que é feito de forma generalizada, pois a escola não tem possibilidade de incidir muito sobre ele; 08 professores responderam que é contextualizado na realidade do aluno, levando-o a fazer uma análise crítica dessa realidade, a fim de conhecê-la melhor, e comprometendo-se com sua transformação;
02 A cultura negra deve ser estudada, 101 alunos e 06 professores responderam como parte do rico folclore do Brasil, 24 alunos e 07 professores questionados responderam como um instrumento da prática pedagógica e 33 alunos e 01 professor quando o assunto está na mídia.
03-Sobre a questão do racismo tratado na escola, tivemos 133 (80%) alunos e 12 (80%) professores que responderam que o racismo deveria ser tratado pedagogicamente pela escola, 30 (18%) alunos e 4 (27%) professores responderam pelos movimentos sociais e 3 (2%) alunos e 6 (2%) professores responderam, quando acontecer algum caso evidente na escola.
04- Em relação ao preconceito racial, você já sofreu algum tipo de preconceito racial?   37 alunos responderam que sim e 125 alunos e 12 professores que não.  
a)    E você já presenciou algo uma atitude racista?  112 alunos e 10 professores responderam que sim;  48 alunos e 04 professores que não E já sofreu algum tipo  de preconceito racial nas redes sociais? 17 alunos que sim e 115 alunos e 12 professores não. Conhece algum que já sofreu essa atitude nas redes?  91 alunos e 11 professores que sim e 58 alunos que não;
Neste cenário brasileiro, no qual as atitudes discriminatórias demarcam presença, convém atentarmos que a percepção da manifestação de atitudes discriminatórias ocorre entre percentual considerável dos alunos, entretanto nota-se que 54% de alunos negros mencionam nunca terem sofrido ações discriminatórias, mas já as presenciaram entre seus colegas e que 20% destes mencionam nunca terem sofrido ou presenciado ações discriminatórias na escola (SOARES,2010).
05-As situações de desigualdade e discriminação presentes na sociedade são: 51 alunos e 07 professores responderam que deve ser pontos para reflexão para todos os alunos; 9 alunos e 02 professores responderam que deve ser pontos para reflexão para os alunos discriminados; 104 alunos e 02 professores responderam que deve ser instrumentos pedagógicos para a conscientização dos alunos quanto à luta contra todas as formas de injustiça social;
06- Em relação ao ambiente escolar, você percebe diferenças no tratamento dado a brancos e negros? 34 alunos e 04 professores que sim e 28 alunos e 11 professores que não;
07- Em relação a ideia segundo a qual haveria igualdade de oportunidades para negros e brancos na sociedade brasileira, você diria que: 25 alunos e 02 professores responderam que pode ser comprovada na prática, pois há igualdade racial no Brasil; 107 alunos e 10 professores que faz parte do imaginário social brasileiro, mas não se confirma na prática; 51 alunos e 02 professor que não faz parte do imaginário brasileiro e 8 alunos e 01 professor responderam que Nunca existiu
08-O aluno: 62 alunos e 3 professores responderam que posiciona-se de forma neutra quanto às questões sociais. 66 alunos e 04 professores que reavalia sua concepção refletindo sobre valores e conceitos sobre o povo negro e sua cultura, repensando suas ações cotidianas.  05 professores mostraram interesse em estudar suas origens quanto às questões raciais.
09- Acredita-se que, para fortalecer o relacionamento, a aceitação da diversidade étnica e o respeito, a escola deve
50 Alunos 08 professores Promover o orgulho ao pertencimento racial de seus alunos. 15 alunos responderam Procurar não dar atenção para as visões estereotipadas    sobre o negro nos livros, nas produções e nos textos do material didático.  90 Alunos 06 professores Promover maior conhecimento sobre as heranças culturais brasileiras.
10- Quanto à biblioteca: 38  alunos 03 professores responderam que existem muitos e variados livros sobre a questão racial que contemplam alunos e professores,  70 alunos e 07 professores responderam que existem alguns tipos de livros (dois ou três) que contemplam a questão  racial.  18 Alunos e 03 professores responderam que não existem livros sobre o tema.
11- Quanto à capacidade dos professores sobre a questão racial: 11 alunos e 03 professores responderam que algumas vezes no ano o estado promove cursos ou grupos de estudo sobre a questão racial para os professores, 45 Alunos e 03 professores responderam que os professores ainda não tiveram a oportunidade de falar sobre a questão, 91 Alunos e 08 professores responderam que os professores procuram incorporar o assunto em alguns temas abordados.
12- Em sua opinião, que fatores contribuem para a existência de um número reduzido de negros nas universidades e em algumas áreas técnicas, científicas e administrativas? 28 Alunos e 03 professores responderam que falta oportunidade.
 55 Alunos e 10 professores responderam que devido a dificuldade de acesso à educação, 37 Alunos e 02 professores responderam falta de vontade e dedicação, 32 Alunos responderam que nenhuma das opções anteriores
13- O Sistema de reservas de vagas para negros nas universidades públicas é importante?   97 Alunos e 11 professores responderam que Sim; 38 Alunos e 03 professores responderam que não.
14- O que justificaria a implementação do sistema de cotas?
 26 Alunos e 06 professores responderam que é uma dívida histórica com os negros, a quem o acesso ao ensino superior foi e é dificultado; 40 Alunos e 02 professores responderam que é um ato meramente político, que reforçaria a ideia de que o Brasil é uma democracia racial; 74  Alunos e  06 professores responderam que tornar o acesso ao ensino superior mais igualitário dentre os que são menos favorecidos.
Assim observamos que o Brasil recentemente instituiu a política de cotas, sendo, no geral, um pequeno acelerador para retirar as pessoas da naturalização da miséria, um meio temporário de correção histórica da condição imutável da pobreza. Se a política de cotas é essencial em sociedades estratificadas, pode-se imaginar a sua necessidade neste Brasil amaldiçoado pela escravidão e genocídio dos povos indígenas
Nota-se que houve forte resistência entre os pós-graduandos entrevistados à implementação de ações afirmativas para favorecer e/ou promover o acesso preferencial dos negros aos cursos de graduação da prestigiada Universidade de Brasília96. Quando a proposta é de cotas exclusivas para os negros ingressarem nos cursos de graduação da UnB, de um lado reduz-se a quantidade de discentes que defendem as ações afirmativas, caindo de 38,6% (ações afirmativas em geral) para 25,7% (somente um tipo de ação afirmativa: a cota) e, de outro lado aumenta a quantidade de discentes que é contrária a ela, subindo de 55,4% para 68,3%. A diferença em ambos os casos é de 12,9%. Ou seja, ao que tudo indica, uma houve uma transferência direta de porcentagem de um tipo de política para outra (tabelas 03 e 04). Mais ainda, 4,4% dos pós-graduandos entrevistados disseram que não
Saberiam responder se concordavam ou discordavam de uma política de cotas para negros na UnB. 0,8% não respondeu e também 0,8% afirmou que seria favorável à política de cotas desde que ela fosse somente para os vestibulandos pretos.
15- Em relação a violencia que atinge a maioria dos jovens são: 110 Alunos e 11 professores responderam do sexo masculino, negros entre 14 e 24 anos; 28 Alunos e 01 professores responderam do sexo feminino, negras entre 14 e 18 anos; 12 Alunos responderam do sexo masculino, pardos entre 10 e 18 anos; 03 Alunos responderam do sexo masculino, brancos entre 18 e 25 anos.
16-Em relação aos estados brasileiros, temos seis estados com maior índice de mortabilidade dos jovens negros, entre eles estão respectivamente: 37 Alunos e 01 professores responderam Paraíba, Maranhão, Rio do Grande do Norte, Pará, Alagoas e Bahia; 24 Alunos e 03 professores responderam Ceará, Sergipe, Paraiba, Bahia, Maranhão e Rio do Grande do Norte; 62 Alunos e 05 professores responderam Alagoas, Rio de Janeiro, Maranhão, Rio do Grande do Norte, Sergipe e Minas Gerais.
17- Você tem conhecimento de aluno/ex-aluno negro do Liceu que foi vítima de violência? 27 Alunos e 05 professores responderam na escola; 26 Alunos e 04 professores responderam durante seu trajeto para a escola; 38 Alunos e  02 professores responderam nas festas ou restaurantes.
18-Em relação a religiosidade negra você conhece algumas práticas religiosa dos africanos? 55 Alunos e 12 professores responderam que sim; 89 Alunos e 01 professores responderam que não
18.a) Quais? 46 Alunos e 10 professores responderam Candomblé; 15 Alunos e  05 professores responderam Umbanda;  01Alunos e  professores responderam ubuntu;
03 Alunos e 01 professores responderam Tambor de Mina ou Crioula; 01 aluno responderam Islamismo; 01 aluno responderam Festa do Divino;
19-Voce participa de algum movimento negro? 08 Alunos e 01 professor responderam sim;  146  Alunos e  14 professores responderam  não
20-Segundo o conceito religioso que define um indivíduo em termos de seus relacionamentos com os outros, e enfatiza a importância no contexto africano, que o indivíduo se caracteriza pela humanidade com seus semelhantes e através da veneração aos seus ancestrais, refere-se a: 42 Alunos e 01 professores responderam hinduísmo; 12 Alunos e professores responderam Islamismo;  04 Alunos responderam Confucionismo; 64 Alunos e  10 professores responderam Ubuntu

4.     CONSIDERAÇÕES FINAIS

Os resultados da nossa pesquisa apontaram que a nossa escola está no caminho de adaptação, pois reconhece a necessidade urgente de transformar o ambiente em um espaço de luta contra o racismo e a discriminação. Nós aprendemos um pouco sobre a cultura afro brasileira, embora pouco trabalhada a questão dos negros. Esperamos que seja implantado a história da cultura africana, visto que observamos tanto professor como os alunos mostram um grande desconhecimento da importância da cultura negra na formação da sociedade brasileira. Embora alunos e professores negue a existência do racismo na sociedade e no ambiente da nossa escola, é importante abordar a temática em sala de aula, visando combate do preconceito racial, pois no nosso questionário encontramos um aluno que respondeu com total desprezo as questões sobre o negro, parecia que não tinha respeito pelos alunos negros e descendentes. Daí reafirmamos a relevância nas práticas docentes sobre o processo de construção de uma autoimagem positiva para os alunos negros, também não verificamos professores afirmar participação em formação sobre a história da cultura negra.
O que observamos que a nossa escola não tem no seu currículo, a história da cultura negra e até mesmo os professores entrevistados 47% afirmaram que deve estudada como parte do rico folclore do Brasil e 53% como um instrumento da prática pedagógica, confirmando o que muitos estudiosos no assunto tem se discutido quanto a história na sala de aula continua sendo discutida na visão europeia tratando do rico folclore e a história do povo negro não sendo exemplo de luta pela cidadania.
Entendemos que o professor é uma de grande importância em sala de aula, pois é o mediador do processo ensino-aprendizagem e tem a responsabilidade de conduzir a turma para quebrar preconceitos, construir identidades, trabalhando temas, como racismo, raça, devendo mostrar o negro como protagonista, e não apenas como escravo, procurando resgatar e valorizar a cultura africana e afro-brasileira, considerando todo o contexto no qual cada escola está inserida.
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REFERENCIA BIBLIOGRAFICAS


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sites pesquisados
http://educador.brasilescola.uol.com.br/estrategias-ensino/lei-10639-03-ensino-historia-cultura-afro-brasileira-africana.htm

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