1.
INTRODUÇÃO
Este
artigo trata sobre a cultura negra, identidade, educação e a representação do
negro no cotidiano escolar. Trata de uma revisão de literatura, descritiva,
exploratória, de abordagem qualitativa, com pesquisa de campo por meio de
questionário com alunos e professores de uma escola pública do Ensino Médio de
São Luís. Tem como objetivo identificar os elementos históricos das culturas de
matrizes africanas, aproximando o universo religioso no Brasil. Nos resultados
percebe-se que cerca de (58%) dos alunos questionados é do sexo feminino, e 42%
é do sexo masculino, quanto a distribuição dos entrevistados por faixa etária,
temos 60% dos alunos questionados estão na faixa etária de 14 a 16 anos e 40%
destes entre 17 a 19 anos. Destes, (54%) dos professores questionados é sexo
feminino e (46%) do sexo masculino e quanto a idade dos professores 73% acima
dos 40 anos.
Fez
um breve histórico da situação dos negros, destacando a desigualdade social, a
educação, a discriminação, a violência e a falta de oportunidade na social.
Utilizamos um questionário
para identificarmos a situação da nossa escola, quanto as questões sociais dos
alunos e professores e a Lei 11.645/08, que torna obrigatório o ensino da
história e cultura afro-brasileira e africana em todas as escolas, públicas e
particulares, do ensino fundamental até o ensino médio, ressaltando em sala de aula a cultura afro-brasileira como
constituinte e formadora da sociedade brasileira, na qual os negros são
considerados como sujeitos históricos, valorizando-se, portanto, o pensamento e
as ideias de importantes intelectuais negros brasileiros, a cultura (música,
culinária, dança) e as religiões de matrizes africanas.
2.
A
REPRESENTAÇÃO DO NEGRO NO LICEU MARANHENSE
O
Brasil atualmente possui a maior população negra fora da África, e os negros que
vieram para cá no período da colonização eram de várias nações e diversas regiões
daquele continente, e cada um desses grupos possuía sua própria cultura, tais
como: danças, músicas, alimentação, língua, lutas, religiões e seus rituais. E ao chegarem
na condição de trabalhadores escravos se misturaram com os membros desses
grupos, e com a convivência entre si, estes foram adaptando partes dos
conhecimentos dos outros, onde podemos observar grande influência
dessa cultura, principalmente na região Nordeste (Portal Brasil, 2009).
Apesar
de ter sido um dos pais que mais recebeu os negros até hoje ainda não conseguiu
diminuir o quadro de extrema desigualdade entre os grupos étnico-raciais negro
e branco. O alto índice de miscigenação entre os brasileiros não inibe o
preconceito e exclusão social.
Diante
disso, confirmamos os dados da (revista guia do estudante, 2016), que apresenta
os seguintes indicadores:
2.1 DESIGUALDADES
SOCIAIS: em 2014
a população negra correspondia a 53,6%, mesmo sendo a maioria possuem menos oportunidades na sociedade brasileira;
2.2 EDUCAÇÃO: em 2014 os estudantes negros
entre 18 e 24 anos, cerca de 45,5% estavam na faculdade, enquanto em 2005 eram
18,5%, já os estudantes brancos em 2014, cerca 71,4% estavam na faculdade
enquanto em 2005 eram 51,5%;
2.3 DISCRIMINAÇÃO: existem, proporcionalmente, mais negros e (53,6% no Brasil que a soma
dos brancos, amarelos e indígenas.
Segundo (Souza; Lopes;Santos, 2007): “A África é tida pejorativamente
apenas como a terra da macumba, da capoeira, do tambor, ou ainda, como o lugar
onde se buscavam os escravos, o cenário da expansão colonial”.
Diante disso, para os negros estar em sintonia com a África era estar
em contato com tudo que os lembrasse das regiões de onde foram retirados ou
ainda de outras regiões que poderiam na África ser diferente e até mesmo
rivais, mas aqui faziam parte de um mesmo grupo que se fortalecia perante as adversidades.
Como afirma o geógrafo (Santos,
1997): “ A escravidão marcou o território, marcou os espíritos e marca ainda
hoje as relações sociais deste país. Mas é também um modelo cívico
subordinado à economia, uma das desgraças deste país”.
A introdução da população negra na sociedade brasileira ocorreu através
do trabalho, sendo a base da organização econômica e da convivência familiar,
social e cultural, destacando os estados do: Maranhão, Pernambuco, Alagoas,
Bahia, Minas Gerais, Espírito Santo, Rio de Janeiro, São Paulo e Rio Grande do
Sul.
Segundo Lima, 2016, um pais da
diáspora que mesmo diante deste cenário ainda não aprendeu a conviver e
respeitar a diversidade.
Por
meio de pressão e atuação incessantes, o movimento negro tem denunciado as
condições de vida da população negra brasileira, evidenciando, que o acesso e a
permanência dos alunos negros no sistema educacional são rodeados por uma inúmeras
dificuldades e desigualdades. Tais constatações obrigaram o Estado a construir
políticas públicas de combate a essas desigualdades sociais e educacionais, instituindo
a obrigatoriedade do ensino de história e cultura africanas e afro-brasileiras
2.4 ASPECTOS
CULTURAIS
A cultura afro-brasileira é uma das
que mais se destacam no cenário do sincretismo religioso no Brasil.
A música e a dança dos descendentes
africanos são exemplos vivos do que é o patrimônio cultural do continente negro
amadurecido ao longo do milênio. Uma história antiga e valiosa vista através da
música, da dança, do teatro, do artesanato, da indumentária e das tradições.
2.5 MÚSICA
E DANÇA
A principal influência da música
africana no Brasil é, sem dúvidas, o samba, mas os tambores de África trouxeram
também outros cantos e danças. Além do samba, a influência negra na cultura
musical brasileira vai do Maracatu à Congada, Cavalhada e Moçambique. Sons e
ritmos que percorrem e conquistam o Brasil de ponta a ponta.
É importante destacar o papel do
atabaque, segundo (Verger, 2000, p-25) afirma que: “os atabaques desempenham,
nesses cultos, um papel essencial. São, para os negros, muito mais do que meros
instrumentos musicais que servem para acompanhar as cantigas e danças 143
religiosas”.
Vale salientar que o Tambor de
Crioula do Maranhão é uma forma de expressão de matriz afro-brasileira, destacando
a dança circular, canto e percussão de tambores, praticado especialmente em
louvor a São Benedito, ocorrendo na maioria dos municípios do Maranhão. O
tambor de crioula é um Patrimônio imaterial Cultural do Brasil inclui-se entre
as expressões do que se convencionou chamar de samba, derivadas, originalmente,
do batuque, assim como o jongo no Sudeste, o samba de roda do Recôncavo Baiano,
o coco no Nordeste e algumas modalidades do samba carioca. Além de sua origem
comum, constatam-se, entre essas expressões do samba, traços convergentes na
polirritmia dos tambores, no ritmo sincopado, nos principais movimentos
coreográficos e na umbigada (IPHAN, 2016).
2.6 CAPOEIRA
Inicialmente desenvolvida para ser uma
defesa, a capoeira era ensinada aos negros cativos por escravos que eram
capturados e voltavam aos engenhos.
Os movimentos de luta foram adaptados
às cantorias africanas e ficaram mais parecidos com uma dança, permitindo assim
que treinassem nos engenhos sem levantar suspeitas dos capatazes.
No rastro do samba, a capoeira e as religiões afro-brasileiras também
ganharam terreno. Antes considerada atividade de marginais, a capoeira seria
alçada a autêntico esporte nacional, para o que muito contribuiu a atuação do
baiano Mestre Bimba, criador da chamada capoeira regional.
A Capoeira é hoje Patrimônio Cultural
Brasileiro e recebeu, em novembro de 2014, o título de Patrimônio Cultural
Imaterial da Humanidade.
2.7 RELIGIÃO
A África é o continente com mais
religiões diferentes de todo o mundo. Ainda hoje são descobertos novos cultos e
rituais sendo praticados pelas tribos mais afastadas.
A dispersão dos escravos no território
nacional, pressão social e religiosa dos brancos, negros guardaram
secretamente, suas religiões como: candomblé, macumba, xangó, tambor, batuque ou
parás.
O Candomblé, a mais tradicional das
religiões africanas, originou-se no Nordeste, especialmente na Bahia destacando
as tradições religiosas afro-brasileiras. Além do candomblé temos muitas outras
religiões afro: Umbanda, Quimbanda, Batuque, Tambor de Mina, Xangô etc;. Em
vários estados brasileiros surgiram práticas religiosas afro: Batuque no Rio
Grande do Sul, Tambor de Mina no Maranhão e Pará, Macumba no Rio de janeiro,
Umbanda em são Paulo, Xangô em Pernambuco e Alagoas.
O Candomblé aceita todos os indivíduos
da sociedade, segundo (PRANDI, 1995 - 96, p. 82), independentemente da cor da
pele, das ideologias políticas e partidárias: “Isso mostra como o Candomblé
aceita o mundo, mesmo quando ele é o mundo da rua, da prostituição, dos que já
cruzaram as portas da prisão. O Candomblé não discrimina o bandido, a adúltera,
o travesti e todo tipo de rejeitado social”
O termo candomblé denomina diversos ritos com diferentes ênfases
culturais, aos quais os seguidores dão o nome de “nações” (Lima, 1984). Assim
temos que as culturas africanas que foram as principais fontes culturais para
as atuais, chamadas de “nações” de candomblé vieram da área cultural banto,
região dos atuais países da Angola, Congo, Gabão, Zaire e Moçambique e da
região sudanesa do Golfo da Guiné, que teve a contribuição dos iorubás e dos
ewê-fons, onde situam-se hoje aos atuais
território da Nigéria e Benin. (Cultura Afro-Brasileira, 2009).
Também temos a filosofia africana, chamada Ubuntu, que segundo (LUZ, 2014),
afirma que no âmbito político, o conceito serve para destacar a necessidade da união e do
consenso nas tomadas de decisão, bem como na ética humanitária.
Já no aspecto religioso, está fundamentado na máxima zulu,
correspondente uma das 11 línguas
oficiais da África do Sul, onde umuntu
ngumuntu ngabantu, significa que uma
pessoa é uma pessoa através de outras pessoas que, aparentemente, parece não
ter conotação religiosa na sociedade ocidental, mas está ligada à
ancestralidade africana. A ideia de ubuntu inclui respeito pela religiosidade,
individualidade e particularidade dos outros.
2.8 CULINÁRIA
Outra grande contribuição da cultura
africana se mostra à mesa. Pratos como o vatapá, acarajé, caruru, mungunzá,
sarapatel, baba de moça, cocada, bala de coco, cuscuz, feijoada e muitos outros
exemplos são iguarias da cozinha brasileira e admirados em todo o mundo.
2.9 RACISMO
O racismo, que se alicerçou ao longo
da história da sociedade brasileira, permanece até hoje, formado pelos
ideais da elite economicamente dominante estabeleceu, com o intuito de
legitimar a escravidão e a constituição de relações sociais no Brasil, após a
abolição, observando-se a “ideologia de dominação racial”, procurando justificar
o porquê da escravidão; e o é o “mito da
democracia racial”, procurando esconder as consequências dessa escravidão para o negro brasileiro e desigualdades raciais no
Brasil.
A questão racial é, portanto, um
obstáculo a que o homem se emancipe das amarras que o reduzem à condição de
coisa, de animal de trabalho, de ser que não desfruta plenamente as
possibilidades de libertação que o próprio homem cria. Temos uma questão racial
porque é em nome dela que um número enorme de seres humanos está privado de
igualdade e de direitos. A questão racial aprisiona e imobiliza a própria
condição humana possível, a virtualidade que não se cumpre em relação a todos,
não só ao negro (MARTINS, 2007, p. 98).
“Ser negro no Brasil é, pois, com
frequência, ser objeto de um olhar enviesado. A chamada boa sociedade parece
considerar que há um lugar predeterminado, lá em baixo, para os negros e assim
tranquilamente se comporta. Logo, tanto é incômodo haver permanecido na base da
pirâmide social quanto haver subido na vida”(SANTOS, 2000).
2.10 VIOLÊNCIA
E DESIGUALDADE RACIAL
Segundo o (guia do estudante, 2016) o perfil
da vítima de homicídio no Brasil está em cada Homem, jovem, negro e pouco
escolarizado, destacando o pico de homicídios para os homens com 21 anos,
pretos e pardos, possuindo 147% mais chances de serem assassinados em relação a
indivíduos brancos, amarelos e indígenas.
Segundo o relatório Violência
Letal contra as Crianças e Adolescentes do Brasil, elaborado pela Faculdade Latino-Americana de
Ciências Sociais, a cada 24 horas, 29 crianças e adolescentes entre
1 e 19 anos de idade são assassinados no Brasil,. A grande maioria das vítimas
é negra. Ao final de um ano, a contagem chega a 10.520 vítimas fatais. E o mais
assustador é que no período de 1980 a 2013 este número cresceu 475%, e segue em
tendência de alta. Se analisada a taxa de homicídios por 100.000 habitantes, o
aumento foi de 426%, de 3,1 para 16,3. A Organização das Nações Unidas (ONU)
considera como epidêmicas taxas acima de 10. Comparado com outros 85 países, o
Brasil fica em 3º lugar no ranking de homicídios de crianças e adolescentes.
Em 2013, no conjunto da população de
até 17 anos de idade, a taxa de homicídios de brancos foi de 4,7 por 100.000,
enquanto que a de negros, 13,1. Proporcionalmente, morreram quase três vezes
mais negros que brancos.
2.11 PARTICIPAÇÃO
DOS NEGROS ENTRE OS MAIS POBRES AUMENTAM
Segundo
o IBGE, 2015, na população que forma o grupo 10% mais pobre, com renda média de
R$ 130 por pessoa na família, os negros continuam majoritária e 4m 2004, 73,2%
dos mais pobres eram negros, patamar que aumentou para 76% em 2014. Os brancos
eram 26,5% dos mais pobres em 2004 e sua participação nessa fatia da população
caiu para 22,8% em 2014.
E
afirma ainda que se considerada a população total de negros no Brasil, 38,5%
deles estavam entre os 30% mais pobres da população em 2014, valor inferior aos
41,6% registrados em 2004. Houve um aumento da proporção de brancos que se
encaixam nessa faixa de renda: de 19,1% em 2004 para 19,8%.
3.
RESULTADO
E DISCUSSÃO
Estudo de revisão de literatura,
descritiva, exploratória, de abordagem qualitativa, considerando a amostra da
pesquisa de 15 artigos e a pesquisa de campo com entrevistas com alunos e
professores de uma escola pública do Ensino Médio de São Luís. Este trata sobre
a cultura negra, identidade, questões sociais dos negros, educação e sua
representação social. Os questionários foram aplicados a 166 alunos das 1ª, 2ª e
3ª séries do Ensino Médio do turno vespertino e 15 professores no período
agosto a setembro de 2016.
Os dados coletados foram tabulados em tabela de Word,
para melhor visualização dos resultados, levando em consideração os temas
propostos.
Após
a descrição dos dados foram submetidos à discussão e análise de resultados,
(conforme Gráfico1).
Gráfico1-
Distribuição dos alunos por série, sexo, faixa etária (2016).
Nota-se
que 166 alunos foram entrevistados e na análise do perfil destes alunos é
interessante observar que 57(35%) dos alunos questionados responderam estão
cursando a 1ª série e pertencem a faixa etária de 14 a 16 anos; 26 (46%) do
sexo masculino, 27(48%) do sexo feminino, 2 alunos que se autodeclaram sexo
alternativo (4%) e 1 alunos entre 15 a 17 anos que se autodeclarou sexo
alternativo (2%). Os entrevistados da 2ª série do ensino médio foram 59, entre
a faixa etária de 14 a 16 anos 15 (26%) do sexo masculino e 21 (36%) do sexo
feminino, já entre 15 a 17 anos, 13 (22 %) são do sexo masculino e 9 (15%) do
sexo feminino e 1(1%) alunos entre 15 a 17 anos sexo alternativo. Os jovens
entrevistados na 3ª série do ensino médio foram 50, entre a faixa etária de 14
a 16 anos 02 (4%) do sexo masculino e 07 (14%) do sexo feminino, já entre 15 a
17 anos, 10 (20%) são do sexo masculino e 30 (60%) do sexo feminino. No total geral
tivemos entre a faixa etária de 14 a 16 anos 43(26%) do sexo masculino e 55
(33%) do sexo feminino e alternativo 2(1%) e entre 17 a 19 anos 23(14%) do sexo
masculino e 39(23%) do sexo feminino e 04 (3%) alternativo. Percebe-se pelo
gráfico 1 que cerca de (60 %) dos alunos é do sexo feminino, e 40% é do sexo
masculino
Gráfico2-
Distribuição dos professores por sexo, faixa etária e área do conhecimento
(2016).
O gráfico 2, destaca que 15
professores se colocaram à disposição para participar da pesquisa, respondendo
ao questionário, sendo que 8 (53%) professores do sexo feminino e 7 (47%) do
sexo masculino, tendo 1 (7%) professor do sexo feminino na faixa etária de 25 a
29 anos, 3 (20%) na faixa etária de 30 a 35 anos e 11 (73%) com mais de 40
anos. Já quanto a disciplina que leciona, tivemos 3 de História, sendo 1 do
sexo masculino e 2 do feminino, 2 de Inglês do sexo feminino, 2 de Física do
sexo masculino, 2 de Filosofia do sexo masculino, 2 de Biologia, sendo 1 o sexo
masculino e 1 (6,66%) feminino, 1 (6,66%) de Português, Artes e Química do sexo
feminino e 1 (6,66%) de Matemática do sexo masculino.
Pode ser observado que os homens, estão
mais concentrados na área da Natureza e as mulheres estão mais concentradas nas
áreas de Linguagem e Humanas.
Esta parte analisamos a questão
cultural, racismo cotas, questões sociais sobre violência, desigualdade sociais,
a partir destas, os professores e alunos irão responder as questões que tem com
resultado o perfil da nossa escola quanto a questões sociais do negro, sendo
que estas duas primeiras perguntas foram dirigidas
apenas aos professores:
1a) Como é estudada a
trajetória histórica do negro na sua escola?
Observamos que 02 professores responderam que deve ser
trabalhada no Dia da Abolição da Escravatura, em agosto, mês do folclore, e no
Dia da Consciência Negra; 12 professores como conteúdo, nas várias áreas que
possibilitam tratar o assunto e 01 professor não deve ser estudada em nenhum
momento
1b) O trato das questões raciais: 07 professores
responderam que é feito de forma generalizada, pois a escola não tem
possibilidade de incidir muito sobre ele; 08 professores responderam que é
contextualizado na realidade do aluno, levando-o a fazer uma análise crítica
dessa realidade, a fim de conhecê-la melhor, e comprometendo-se com sua
transformação;
02 A cultura negra deve ser estudada, 101 alunos e 06
professores responderam como parte do rico folclore do Brasil, 24 alunos e 07
professores questionados responderam como um instrumento da prática pedagógica
e 33 alunos e 01 professor quando o assunto está na mídia.
03-Sobre a questão do racismo tratado na
escola, tivemos 133
(80%) alunos e 12 (80%) professores que responderam que o racismo deveria ser
tratado pedagogicamente pela escola, 30 (18%) alunos e 4 (27%) professores responderam
pelos movimentos sociais e 3 (2%) alunos e 6 (2%) professores responderam, quando
acontecer algum caso evidente na escola.
04- Em relação ao preconceito racial, você já
sofreu algum tipo de preconceito racial? 37 alunos responderam que sim e 125 alunos e
12 professores que não.
a)
E
você já presenciou algo uma atitude racista?
112 alunos e 10 professores responderam que sim; 48 alunos e 04 professores que não E já sofreu algum
tipo de preconceito racial nas redes
sociais? 17 alunos
que sim e 115 alunos e 12 professores não. Conhece algum que já sofreu essa atitude nas
redes? 91 alunos e 11 professores que sim e 58 alunos
que não;
Neste
cenário brasileiro, no qual as atitudes discriminatórias demarcam presença,
convém atentarmos que a percepção da manifestação de atitudes discriminatórias
ocorre entre percentual considerável dos alunos, entretanto nota-se que 54% de
alunos negros mencionam nunca terem sofrido ações discriminatórias, mas já as
presenciaram entre seus colegas e que 20% destes mencionam nunca terem sofrido
ou presenciado ações discriminatórias na escola (SOARES,2010).
05-As situações de desigualdade e
discriminação presentes na sociedade são: 51 alunos e 07 professores responderam que deve ser pontos
para reflexão para todos os alunos; 9 alunos e 02 professores responderam que
deve ser pontos para reflexão para os alunos discriminados; 104 alunos e 02
professores responderam que deve ser instrumentos pedagógicos para a
conscientização dos alunos quanto à luta contra todas as formas de injustiça
social;
06- Em relação ao ambiente escolar, você
percebe diferenças no tratamento dado a brancos e negros? 34 alunos e 04 professores que sim e
28 alunos e 11 professores que não;
07- Em relação a ideia segundo a qual haveria
igualdade de oportunidades para negros e brancos na sociedade brasileira, você
diria que: 25
alunos e 02 professores responderam que pode ser comprovada na prática, pois há
igualdade racial no Brasil; 107 alunos e 10 professores que faz parte do
imaginário social brasileiro, mas não se confirma na prática; 51 alunos e 02
professor que não faz parte do imaginário brasileiro e 8 alunos e 01 professor responderam
que Nunca existiu
08-O aluno: 62 alunos e 3 professores
responderam que posiciona-se de forma neutra quanto às questões sociais. 66
alunos e 04 professores que reavalia sua concepção refletindo sobre valores e
conceitos sobre o povo negro e sua cultura, repensando suas ações
cotidianas. 05 professores mostraram interesse
em estudar suas origens quanto às questões raciais.
09- Acredita-se que, para fortalecer o
relacionamento, a aceitação da diversidade étnica e o respeito, a escola deve:
50
Alunos 08 professores Promover o orgulho ao pertencimento racial de seus
alunos. 15 alunos responderam Procurar não dar atenção para as visões
estereotipadas sobre o negro nos
livros, nas produções e nos textos do material didático. 90 Alunos 06 professores Promover maior
conhecimento sobre as heranças culturais brasileiras.
10- Quanto à biblioteca: 38 alunos 03 professores responderam que existem
muitos e variados livros sobre a questão racial que contemplam alunos e
professores, 70 alunos e 07 professores
responderam que existem alguns tipos de livros (dois ou três) que contemplam a
questão racial. 18 Alunos e 03 professores responderam que não
existem livros sobre o tema.
11- Quanto à capacidade dos professores sobre
a questão racial: 11
alunos e 03 professores responderam que algumas vezes no ano o estado promove
cursos ou grupos de estudo sobre a questão racial para os professores, 45
Alunos e 03 professores responderam que os professores ainda não tiveram a
oportunidade de falar sobre a questão, 91 Alunos e 08 professores
responderam que os professores procuram incorporar o assunto em alguns temas
abordados.
12- Em sua opinião, que fatores contribuem
para a existência de um número reduzido de negros nas universidades e em
algumas áreas técnicas, científicas e administrativas? 28 Alunos e 03 professores
responderam que falta oportunidade.
55 Alunos e 10 professores responderam que
devido a dificuldade de acesso à educação, 37 Alunos e 02 professores
responderam falta de vontade e dedicação, 32 Alunos responderam que nenhuma das
opções anteriores
13- O Sistema de reservas de vagas para
negros nas universidades públicas é importante?
97 Alunos e 11 professores
responderam que Sim; 38 Alunos e 03 professores responderam que não.
14- O que justificaria a implementação do
sistema de cotas?
26 Alunos e 06 professores responderam que é uma
dívida histórica com os negros, a quem o acesso ao ensino superior foi e é dificultado;
40 Alunos e 02 professores responderam que é um ato meramente político, que
reforçaria a ideia de que o Brasil é uma democracia racial; 74 Alunos e
06 professores responderam que tornar o acesso ao ensino superior mais
igualitário dentre os que são menos favorecidos.
Assim
observamos que o Brasil recentemente instituiu a política de cotas, sendo, no
geral, um pequeno acelerador para retirar as pessoas da naturalização da
miséria, um meio temporário de correção histórica da condição imutável da
pobreza. Se a política de cotas é essencial em sociedades estratificadas,
pode-se imaginar a sua necessidade neste Brasil amaldiçoado pela escravidão e genocídio
dos povos indígenas
Nota-se
que houve forte resistência entre os pós-graduandos entrevistados à implementação
de ações afirmativas para favorecer e/ou promover o acesso preferencial dos
negros aos cursos de graduação da prestigiada Universidade de Brasília96.
Quando a proposta é de cotas exclusivas para os negros ingressarem nos cursos
de graduação da UnB, de um lado reduz-se a quantidade de discentes que defendem
as ações afirmativas, caindo de 38,6% (ações afirmativas em geral) para 25,7%
(somente um tipo de ação afirmativa: a cota) e, de outro lado aumenta a
quantidade de discentes que é contrária a ela, subindo de 55,4% para 68,3%. A
diferença em ambos os casos é de 12,9%. Ou seja, ao que tudo indica, uma houve
uma transferência direta de porcentagem de um tipo de política para outra (tabelas
03 e 04). Mais ainda, 4,4% dos pós-graduandos entrevistados disseram que não
Saberiam
responder se concordavam ou discordavam de uma política de cotas para negros na
UnB. 0,8% não respondeu e também 0,8% afirmou que seria favorável à política de
cotas desde que ela fosse somente para os vestibulandos pretos.
15- Em relação a violencia que atinge a
maioria dos jovens são:
110 Alunos e 11 professores responderam do sexo masculino, negros entre 14 e 24
anos; 28 Alunos e 01 professores responderam do sexo feminino, negras entre 14
e 18 anos; 12 Alunos responderam do sexo masculino, pardos entre 10 e 18 anos;
03 Alunos responderam do sexo masculino, brancos entre 18 e 25 anos.
16-Em relação aos estados brasileiros, temos
seis estados com maior índice de mortabilidade dos jovens negros, entre eles
estão respectivamente:
37 Alunos e 01 professores responderam Paraíba, Maranhão, Rio do Grande do
Norte, Pará, Alagoas e Bahia; 24 Alunos e 03 professores responderam Ceará,
Sergipe, Paraiba, Bahia, Maranhão e Rio do Grande do Norte; 62 Alunos e 05
professores responderam Alagoas, Rio de Janeiro, Maranhão, Rio do Grande do
Norte, Sergipe e Minas Gerais.
17- Você tem conhecimento de aluno/ex-aluno negro
do Liceu que foi vítima de violência? 27 Alunos e 05 professores responderam na escola; 26
Alunos e 04 professores responderam durante seu trajeto para a escola; 38
Alunos e 02 professores responderam nas
festas ou restaurantes.
18-Em relação a religiosidade negra você
conhece algumas práticas religiosa dos africanos? 55 Alunos e 12 professores
responderam que sim; 89 Alunos e 01 professores responderam que não
18.a) Quais? 46 Alunos e 10 professores
responderam Candomblé; 15 Alunos e 05
professores responderam Umbanda; 01Alunos
e professores responderam ubuntu;
03
Alunos e 01 professores responderam Tambor de Mina ou Crioula; 01 aluno
responderam Islamismo; 01 aluno responderam Festa do Divino;
19-Voce participa de algum movimento negro? 08 Alunos e 01 professor responderam
sim; 146
Alunos e 14 professores
responderam não
20-Segundo o conceito religioso que define um
indivíduo em termos de seus relacionamentos com os outros, e enfatiza a
importância no contexto africano, que o indivíduo se caracteriza pela
humanidade com seus semelhantes e através da veneração aos seus ancestrais,
refere-se a: 42
Alunos e 01 professores responderam hinduísmo; 12 Alunos e professores
responderam Islamismo; 04 Alunos
responderam Confucionismo; 64 Alunos e 10
professores responderam Ubuntu
4.
CONSIDERAÇÕES
FINAIS
Os resultados da nossa pesquisa apontaram
que a nossa escola está no caminho de adaptação, pois reconhece a necessidade
urgente de transformar o ambiente em um espaço de luta contra o racismo e a
discriminação. Nós aprendemos um pouco sobre a cultura afro brasileira, embora
pouco trabalhada a questão dos negros. Esperamos que seja implantado a história
da cultura africana, visto que observamos tanto professor como os alunos mostram
um grande desconhecimento da importância da cultura negra na formação da
sociedade brasileira. Embora alunos e professores negue a existência do racismo
na sociedade e no ambiente da nossa escola, é importante abordar a temática em
sala de aula, visando combate do preconceito racial, pois no nosso questionário
encontramos um aluno que respondeu com total desprezo as questões sobre o
negro, parecia que não tinha respeito pelos alunos negros e descendentes. Daí
reafirmamos a relevância nas práticas docentes sobre o processo de construção
de uma autoimagem positiva para os alunos negros, também não verificamos professores
afirmar participação em formação sobre a história da cultura negra.
O
que observamos que a nossa escola não tem no seu currículo, a história da
cultura negra e até mesmo os professores entrevistados 47% afirmaram que deve estudada
como parte do rico folclore do Brasil e 53% como um instrumento da prática
pedagógica, confirmando o que muitos estudiosos no assunto tem se discutido
quanto a história na sala de aula continua sendo discutida na visão europeia
tratando do rico folclore e a história do povo negro não sendo exemplo de luta
pela cidadania.
Entendemos
que o professor é uma de grande importância em sala de aula, pois é o mediador do
processo ensino-aprendizagem e tem a responsabilidade de conduzir a turma para
quebrar preconceitos, construir identidades, trabalhando temas, como racismo,
raça, devendo mostrar o negro como protagonista, e não apenas como escravo,
procurando resgatar e valorizar a cultura africana e afro-brasileira,
considerando todo o contexto no qual cada escola está inserida.
.
REFERENCIA
BIBLIOGRAFICAS
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sites pesquisados
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